Segunda-feira, Maio 6, 2024

Resposta sobre Artigo “Igreja e Estado, uma história de controvérsias”


Data: Sáb, Dez 10, 2011, 20:16

Assunto: Grossa mentira! ajudem!!!

Amigos,

Estou muito abalada.

Em minha cidade, Manaus, um indivíduo colocou um post totalmente mentiroso sobre a Santa Igreja.

Veja no seguinte link http://www.emtempo.com.br/opiniao/artigos/3577.html

no artigo sob o título “Igreja e Estado, uma história de controvérsias”.

Por favor, sei que tudo é mentira e que escreve procurando confundir numa estorieta inventada, mas não sei como responder a ele; vós que sois bem mais sábios, peço humildemente que comentem no link e desmascarem este difamador! E divulguem o artigo para que mais possam ir defender a Santa Virtude que a Igreja tem exercido desde o início do cristianismo.

Aqui em Manaus já é tão problemática a questão da Santa Igreja, e esse herege ainda ousa destruir a fé dos que ainda resistem…

Por favor, ajudem-nos!

Em Jesus, Maria e José!

J.S

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Prezava Irmã J.S,
Que o Senhor esteja convosco e com os seus.

Agradecemos muito a confiança de ter nos depositado esse pedido de resposta ao autor desse texto, apesar de não sermos sábios ou doutores mas sim pessoas que tentam defender a Santa Igreja. Peço que nos coloque em suas orações!

Como já sabemos, os protestantes tem problemas graves quando o assunto é história, se fazendo de ignorantes ou sendo realmente perfeitos ignorantes. Rezemos para que o Espírito Santo possa iluminar a mente desses difamadores, que a sabedoria de Deus possa penetrar o lugar onde reina a ignorância destes: a mente.

Segue abaixo a refutação ao “Pastor” Jorge Max, da “Igreja” Batista Constantinópolis.

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Quem conhece bem a história das relações entre a igreja cristã e o Estado sabe muito bem que se trata de uma história de controvérsias, com grandes prejuízos tanto para o Estado quanto para a igreja.Historicamente, somente a partir do Edito de Milão no quarto século da era cristã, o cristianismo foi considerado como uma religião oficialmente reconhecida pelo Império Romano.No final desse mesmo século, o cristianismo ascendeu ainda mais, pois, doravante, por decreto do imperador, tornou-se a única religião oficial do império, para sua própria desgraça. Por quê? Porque até então, ser cristão significava ser discípulo de Jesus e experimentar todo ódio e perseguição de um mundo ímpio e sem temor a Deus, assim sendo, somente as pessoas que de fato eram convertidas tinham coragem de se assumirem como cristãs, em virtude dos desdobramentos perigosos de professar a fé no Filho de Deus.

Aqui há um tremendo desconhecimento histórico ou mesmo uma falta de honestidade imensa. O Edito de Milão declarou a laicidade do estado romano. Vejamos o que diz ele: “Pareceu-nos justo que todos, os cristãos inclusive, gozem da liberdade de seguir o culto e a religião de sua preferência” e logo depois “Observai outrossim, que também todos os demais terão garantia a livre e irrestrita prática de suas respectivas religiões, pois está de acordo com a estrutura estatal e com a paz vigente que asseguremos a cada cidadão a liberdade de culto segundo sua consciência e eleição; não pretendemos negar a consideração que merecem as religiões e seus adeptos.”

Vemos aqui então que não há nada de “uma religião oficialmente reconhecida” é exatamente ao contrário, o estado se torna laico, ou seja, os cristão passaram a ter livre liberdade de culto, bem como todas as outras religiões.

Antes do Edito de Milão houve um outro chamado Edito de Tolerância de Galério, ques colocava um fim a perseguição de Diocleciano aos cristãos. Esse sim teve infinitamente mais importância para os cristãos do que o segundo. Essa perseguição foi a mais sangrenta de toda a história cristã, na qual foi revogada pela tetrarquia de Galério, Constantino e Licínio, seus sucessores. Este primeiro admitiu que a política de tentar erradicar o Cristianismo havia falhado. Constantino por sua vez, era filho de uma mulher cristã piedosa chamada Helena, que deve ter o influenciado bastante, além das supostas visões que ele teve. O que precisamos entender é que a liberdade de culto aos cristãos já era algo impossível de se deter. Não é por que houve a liberdade que devemos encarar isso como uma coisa ruim e demoniza-la como fazem os protestantes, mas sim como uma vitória de cristo sobre aquele império pagão. Por exemplo, o Imperador Maximino (235-238) mostrou simpatiza com os cristãos muito antes do Edito de Milão. Vejamos o que nos relata o historiador eclesiástico Eusébio de Cesareia: Foi assim que o tirano chegou coberto de vergonha a seu próprio território, e ali, enfurecido, começou por fazer executar muitos sacerdotes e profetas dos deuses que ele antes admirava e cujos oráculos o haviam incitado a empreender a guerra, acusando-os de impostores, de charlatães, e sobre tudo de haverem-se convertido em traidores de sua salvação. Logo deu glória ao Deus dos cristãos, e depois de haver disposto uma lei perfeitíssima e completíssima em favor da liberdade dos mesmos, acabou imediatamente sua vida com uma morte penosa e sem que lhe fosse dado um prazo de tempo.

Continuando, o autor comete o erro de dizer que o sentido de ser cristão mudou. Então quer dizer que depois disso ser cristão não significou mais ser discípulo de Jesus? Isso é completamente ridículo. Dizer que somente as pessoas de fato convertidas tinham coragem de se assumirem cristãs não faz sentido algum. Não sei se esse senhor tem filhos, mas vamos supor que sim. E também vamos supor que eles sejam protestantes de berço. Isso significaria que eles são menos cristãos? E as crianças que frequentam a “igreja” Batista de Constantinópolis? Aquelas que frequentam a sua escola dominical todos os domingos, elas não teriam coragem de pregarem a fé em nosso Senhor Jesus Cristo por não terem se convertido em meio a perseguições? Os jovens, os homens adultos, idosos, as mulheres que nunca se converteram, mas que receberam uma educação protestante desde pequena também não? Além do mais, o estado brasileiro persegue este senhor por professar a fé protestante? Ele vive sob perseguição do estado por ser pastor? Ora, então pergunto para ele: quer dizer que você é um cristão mais miserável do que aqueles que sofrem perseguições no Oriente Médio ou na África? Faça-me o favor! Que argumento mais lamentável.

Mas a partir dessa oficialização por decreto, muita gente inconversa e interesseira tornou-se “cristã”, pois, a dobradinha igreja e Estado era prato cheio para quem quisesse se dar bem.A história comprova que a tentativa do Estado de mandar na igreja e interferir na escolha das autoridades eclesiásticas, como também, a tentativa da igreja de manobrar o Estado e controlar os imperadores foi uma realidade incontestável para prejuízo da verdadeira fé que, cada vez mais se afastava da única fonte de vida da igreja, a Palavra de Deus registrada na Bíblia Sagrada.

Um estado religioso, obviamente, protege e ajuda na divulgação daquela religião. Porém, a declaração do Edito de Tessalônia não ajudou muito a Igreja. Apesar da ajuda do Imperador Romano para promover um diálogo entre as seitas que surgiam, não foi suficientemente agradável para a Igreja. Tentando fazer com que a Igreja ficasse sob sua autoridade, Teodósio incluiu todos os sacerdotes como funcionários públicos. A crise foi tanta, que o Imperador por excomungado pelo bispo Ambrósio de Milão. Não há por tanto, em um sentido maldoso, de que poderiam haver pessoas beneficiadas por essa “dobradinha”. A tentativa do estado de mandar na Igreja acaba justamente no Primeiro Concílio de Latrão, onde foi declarado nenhum poder secular ou político poderiam se intrometer nas eleições de bispos, abades e papas. Apesar do papa mandar recomendações religiosas a muitos reis e imperadores, não estava fazendo mais do que a sua obrigação, e também muitas dessas cartas não eram aceitas de boa vontade. É resumir o assunto, a história, os acontecimentos e as consequências concluir como este senhor concluiu.

Mas mudando um pouco o foco da resposta, uma coisa me chamou muito a atenção e foi o seguinte; “para prejuízo da verdadeira fé que, cada vez mais se afastava da única fonte de vida da igreja, a Palavra de Deus registrada na Bíblia Sagrada.” Quando você diz que a Bíblia é a única fonte de vida da Igreja, eu presumo que você não entendeu o que é a Igreja, o que é a Bíblia, e nem mesmo o que é o Cristianismo. A Bíblia não é nem mesmo a única fonte de vida das igrejas protestantes, porque não foi da Bíblia que saiu a Sola Scriptura, mas foi da cabeça de um homem. Se a Bíblia fosse a única fonte de vida da Igreja, eu gostaria que refletisse sobre o que nutria a Igreja nos primeiros séculos quando não havia Bíblia.

Desde então os debates sobre essa relação e os limites da mesma estão na berlinda, pois, são duas instituições poderosíssimas e quem as controlar terá o tão ambicionado poder.  A igreja católica desde a colonização e até bem pouco tempo, foi considerada religião oficial e mesmo depois da separação da igreja e do Estado; do reconhecimento de que o Estado é laico e arreligioso, tudo indica que a ficha ainda não caiu de fato, embora de direito já tenha caído há muito tempo atrás. Uma prova concreta disso são os feriados religiosos abusivos de âmbito nacional, por exemplo, 12 de outubro e estadual, 8 de novembro. Fazer com que a sociedade pare por causa de uma data significativa para uma parcela da mesma é arbitrário, desrespeitoso e contra a constituição. Isso mostra que, essa separação ainda não é total, pois, se fosse, tais feriados já teriam sido abolidos.

Voltando à separação entre Estado e Igreja, eu gostaria também que você percebesse que esta é uma separação formal entre “instituições” por assim dizer. Isso significa que o Estado não pode ficar alheio às necessidades à sociedade quando o assunto é religião, e muito menos contra tais necessidades ainda que a Igreja esteja envolvida. Um Estado que pretende abolir as manifestações religiosas da sociedade é um estado ateu e não laico. Se o estado tentasse por exemplo, abolir o nosso calendário (gregoriano, cristão) não está sendo laico, está sendo ateísta; e isto não é neutralidade, mas é a tomada de posição antirreligiosa. Estado laico é aquele que na sua função de administrar e legislar sobre a sociedade, não o faz favorecendo em particular um grupo religioso ainda que seja majoritário. Mas ao mesmo tempo não nega à sociedade o suporte necessário para ter realizada as suas necessidades no âmbito religioso, representadas também se necessário for, em políticas públicas, desde que isso não interfira na liberdade social como um todo. Num país como o Brasil, de maioria cristã (católicos e protestantes) é perfeitamente aceitável que feriados religiosos “abusivos” existam para satisfazer a vida religiosa de pessoas, que irão precisar daquelas datas para comemorações especiais. Mas antes de dizer que os feriados religiosos são abusivos, lembre-se da isenção de impostos a que toda Igreja ou “igrejola” tem acesso. Estado laico é estado sem uma religião oficial. Estado laico representa a população por unanimidade, separando o estado da religião, mas não o estado da sociedade. Se a sociedade é mais da metade seguidora de uma crença, é óbvio que certos valores morais e sociais serão representados na nossa constituição. Seu argumento é como de um ateu que tenta a todo custo apoiar o casamento homossexual ou o aborto por base do argumento do “estado laico”.

Como se vê, o artigo que você nos enviou é mais um daqueles tristes casos em que o subjetivismo protestante tenta fundamentar seus achismos particulares, aproveitando-se aqui da ignorancia das pessoas a respeito da real história do cristianismo e da Igreja.

In Corde Jesu, semper,

Apologistas Católicos.

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