“Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.”[1]
Para aqueles predispostos a acreditar no conceito da Sola Scriptura[2], esta passagem soa como a prova definitiva. O raciocínio é o seguinte: Lucas, o autor do livro de Atos, diz que os bereanos “foram mais nobres” que os tessalonicenses por causa do exame bíblico que faziam, servindo de modelo a todo cristão. Obviamente, o exame bíblico dos bereanos sugere um povo muito familiar com a Bíblia, que não aceita qualquer vento doutrina que os alcança, ainda que seja do apóstolo Paulo, sem verificar a Bíblia. Seu exame bíblico diário evoca a imagem de um povo inteligente e estudioso que não faz pouco caso do Sabbath, mas do nascer ao pôr do Sol têm, como diz o Salmista, a palavra de Deus em seu coração. Eles examinavam a Bíblia diariamente porque Paulo, como nos diz Atos 17:17, “disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam.”[3] Lucas nos diz ainda que os bereanos não apenas examinavam as Escrituras, mas as examinavam com um propósito: “examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”. Então, a atitude dos bereanos parece estabelecer a Escritura como o único juiz do que o pregador ensina. Para defensores do Sola Scriptura, a Escritura é o conhecido, enquanto Paulo era o anunciador da boa nova cuja autenticidade precisava ser verificada. Esta passagem parece dizer, ou pelo menos sugere fortemente, que ao julgar qualquer coisa que se diz vinda de Deus, a Bíblia deve ser a única autoridade final.[4]
Mas Lucas quis dizer nesta passagem que a Bíblia é a única e suprema autoridade? Vamos examinar o contexto para descobrir. Atos 17:2-3 diz:
“E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três sábados disputou com eles sobre as Escrituras, Expondo e demonstrando que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos.”
Daqui nós vemos que os bereanos não eram os únicos estudiosos da Bíblia, mas também o próprio Paulo, que neste quesito se destacou em todas as sinagogas onde ensinou. Nestes primeiros tempos da história cristã, a sinagoga ainda era o principal local de encontro entre judeus e gregos. Era “costume” de Paulo visitar as sinagogas de cada cidade em sua jornada missionária. Por exemplo, em sua viagem a Antioquia registrada em Atos 13:14, Lucas nos diz que “num dia de Sábado”, Paulo e seus companheiros “entrando na sinagoga, assentaram-se(…) Depois da leitura da Lei e dos Profetas…”[5] Como ele faria em Tessalônica e Beréia em Atos 17, era prática comum de Paulo ler e ensinar as Escrituras – nesta época, o Antigo Testamento. Consequentemente, vemos que os estudos de Paulo na sinagoga se destinavam a um público que conhecia a Bíblia, usava-a frequentemente e estava disposto a debater sobre ela. Se Paulo apelava à Bíblia, então é à Bíblia que seus ouvintes deveriam ir para checar se “estas coisas eram assim”.
Mas havia um motivo especial que talvez explique por que Paulo estimulou (ou agitou) seus ouvintes. Em Tessalônica, Atos 17:2-3 registra que Paulo não apenas leu a Bíblia, mas “disputou[6] com eles … explicando[7] e demonstrando[8] que convinha que o Cristo padecesse…”. Aparentemente, Paulo estava deduzindo das Escrituras novas interpretações à luz dos eventos que aconteceram apenas uma década antes.
No texto de Lucas percebemos uma pequena diferença entre o que a Bíblia dizia e o que Paulo ensinava. No começo do versículo 3 vemos Paulo explicando que “convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos. E este Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo” A diferença entre os dois acontece porque Paulo interpreta que o Cristo do Antigo Testamento é o Jesus do Novo Testamento. Como o Antigo Testamento não chama o Messias (ou seja, o Cristo) de Jesus, então a mensagem de Paulo era uma nova interpretação da Escritura. Além do mais, os judeus não acreditavam que o seu Messias teria que padecer, muito menos “ressuscitar dos mortos”. A maioria dos judeus esperava que o Messias viesse como rei poderoso que os libertaria do domínio pagão. Na visão deles, ele não ressuscitaria dos mortos porque ele mesmo seria um rei eterno que dominaria para sempre os inimigos dos judeus. Eles simplesmente não entendiam as várias passagens do Antigo Testamento que falavam do Messias como um servo sofredor que morreria – um sofrimento que ele teve de suportar precisamente por causa da falta de fé nele.[9]
Em Tessalônica, foi a afirmação de Paulo que o Cristo (o Messias) do Antigo Testamento era Jesus, do Novo Testamento, que causou imensa confusão e inveja entre os judeus. Em Atos 17:5-9 Lucas registra a reação deles:
“Mas os judeus desobedientes, movidos de inveja, tomaram consigo alguns homens perversos, dentre os vadios e, ajuntando o povo, alvoroçaram a cidade, e assaltando a casa de Jasom, procuravam trazê-los para junto do povo.
E, não os achando, trouxeram Jasom e alguns irmãos à presença dos magistrados da cidade, clamando: Estes que têm alvoroçado o mundo, chegaram também aqui;
Os quais Jasom recolheu; e todos estes procedem contra os decretos de César, dizendo que há outro rei, Jesus[10].
E alvoroçaram a multidão e os principais da cidade, que ouviram estas coisas.
Tendo, porém, recebido satisfação de Jasom e dos demais, os soltaram.”
É evidente pelas suas palavras, “há outro rei, Jesus” que os judeus simplesmente não estavam prontos para aceitar que o Cristo do Antigo Testamento era o Jesus do Novo Testamento. Logo, Paulo e os judeus de Tessalônica não discutiam sobre a veracidade ou utilidade da Escritura; foi a interpretação bíblica de Paulo que eles não podiam aceitar. Todos acreditavam nas profecias sobre o Messias, mas a informação de que ele era Jesus, que recentemente foi torturado e morto pelos judeus era algo que Paulo extraía de outra fonte que não a Bíblia. Esta nova informação teria, claro, relação com a Bíblia, mas não deixa de ser uma adição à Bíblia. Foi o que aconteceu na própria conversão de Paulo. Ele teve de ser convencido através de uma revelação divina adicional que o povo que seguia Jesus, povo que ele perseguia, era de seguidores do Cristo. Em Atos 9:5, depois de cair do seu cavalo por causa da luz, o Senhor disse a Paulo: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues.” Naquele instante, Paulo reconheceu que o Messias que ele tanto esperava era Jesus, aquele que sofreu e morreu uma década antes, aproximadamente.[11] Não foi a Bíblia que o levou a esse ponto, mas uma revelação do próprio Jesus mostrando a Paulo como o Antigo Testamento devia ser interpretado.
Quando Paulo chegou em Beréia, ele agiu da mesma forma que em Tessalônica – ele foi à sinagoga para ensinar. Podemos assumir que ele “disputou, explicando e demonstrando” a partir da Bíblia com os bereanos do mesmo modo que fez em Tessalônica. Podemos assumir também que Paulo, como em Tessalônica, tinha como objetivo mostrar aos bereanos que o Cristo do Antigo Testamento era o Jesus do Novo Testamento. Os bereanos receberam a interpretação bíblica de Paulo sem hesitação. Lucas nos diz em Atos 17, 11-12:
“Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim. De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos homens.”
Vemos que os judeus bereanos “de bom grado receberam a palavra”. Podemos assumir, com base na sua missão prévia em Tessalônica, que a principal mensagem recebida de bom grado pelos bereanos era a boa-nova em que Jesus de Nazaré era o Cristo. Como eles creram na identidade do Messias, Lucas conclui que eles “foram mais nobres[12] do que os que estavam em Tessalônica” Além disso, sua “nobreza” também foi demonstrada quando eles examinaram as Escrituras todos os dias para ver se a mensagem de Paulo era verdadeira. Isto mostrava que eles davam grande importância à revelação de Deus, independente do meio pela qual ela veio. Podemos imaginar que seus vizinhos de Tessalônica talvez não investigavam a Escritura depois de ouvirem a mensagem de Paulo. Eles enxergavam apenas um lado da Escritura e não se importavam com a interpretação de Paulo. Eles não estavam dispostos a argumentar a partir da evidência bíblica que o Messias era Jesus; por causa disso, eles não eram nobres, pessoas dispostas a aprender.
Mas por que Lucas considerava os judeus bereanos mais nobres que os judeus de Tessalônica quando, de acordo com a descrição que Lucas faz em Atos 17:4, “alguns deles [os judeus da sinagoga de Tessalônica, cf. vs. 1] creram”. É óbvio que nem todos os judeus de Tessalônica rejeitaram a interpretação paulina da Escritura. Lucas não consideraria nobres estes judeus? A resposta é sim, mas esses nobres judeus eram tão poucos frente os judeus invejosos e revoltosos que Lucas foi forçado a resumir a situação em Tessalônica como de total descrença. Percebemos isso na forma como ele descreve as pessoas positivamente influenciadas pela mensagem de Paulo. Sobre os tessalonicenses, ele diz que apenas “alguns deles creram”[13], enquanto com os bereanos ele diz em Atos 17:12 “de sorte que creram muitos deles”[14]
Aparentemente, o número de judeus bereanos que acreditaram em Paulo era grande o bastante para Lucas chamá-los “nobres”, contrastando com a visão negativa do povo de Tessalônica. Além do mais, os judeus descrentes de Tessalônica justificaram a avaliação negativa de Lucas quando causaram tumultos em Tessalônica e Beréia (cf. 17:5-9 e 13-15).
Considerando os fatos acima, é razoável concluir que os bereanos, por examinarem todos os dias a Escritura para verificar a autenticidade da mensagem de Paulo, são modelos da Sola Scriptura? Lucas está tentando nos ensinar que a “nobreza” consiste em usar a Escritura como autoridade final para determinar a veracidade de ensinamentos orais? Quando olhamos as evidências com atenção, a resposta é um sonoro não. Qualquer tentativa de extrair desta perícope[15] uma defesa da Sola Scriptura não passa de leitura enviesada pela crença do leitor. Primeiro, o texto é apenas uma narrativa dos eventos que ocorreram em duas cidades vizinhas, não um tratado sobre a natureza e o papel da Bíblia e sua autoridade. Claro, as passagens sugerem como Paulo e seus ouvintes usavam e interpretavam a Escritura, mas nem Paulo, nem seu biógrafo Lucas, dizem algo definitivo sobre a doutrina da Bíblia[16]. Segundo, vimos na comparação dos judeus bereanos com os de Tessalônica que Lucas considerava os primeiros nobres não porque eles simplesmente examinavam a Bíblia, mas principalmente porque acreditaram na revelação oral de Paulo em que o Cristo do Antigo Testamento era o Jesus do Novo Testamento. Lucas os chama “nobres” “porque de bom grado receberam a palavra [oral]”. Os bereanos acreditavam que a mensagem oral do apóstolo possuía a mesma autoridade divina da Bíblia. Em Atos 17:13 Lucas especifica a mensagem oral de Paulo: “a palavra de Deus[17] também era anunciada por Paulo em Beréia”, tornando evidente que os bereanos consideravam a mensagem oral de Paulo como a Palavra de Deus. Paulo não estava meramente falando sobre a Palavra de Deus, mas sua fala era a própria Palavra de Deus.
Além do mais, o próprio Paulo avalia sua mensagem como Palavra de Deus, como diz em 1 Tessalonicenses 2:13:
“Por isso também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes.”
Esta passagem é muito importante por mostrar que Paulo considerava sua mensagem oral aos Tessalonicenses em Atos 17:1-4 (que revelou que Jesus era o Cristo) e, por consequência, sua mensagem aos bereanos em Atos 17:11-13, como revelações divinas no mesmo patamar das Escrituras, tão obscura como ela é às vezes, quando não acompanhada por uma igualmente divina e definitiva interpretação. Esta é a lição essencial do encontro com os bereanos.
Dado que o Antigo Testamento não identifica explicitamente o Cristo com Jesus, era impossível aos judeus bereanos, usando apenas o Antigo Testamento, provar pela Escritura que Jesus era o Messias. Alguém certamente poderia “disputar”, “explicar” e “demonstrar” que o Cristo teria que sofrer e ressurgir dos mortos, mas não havia evidência explícita, além da mensagem de Paulo, que aquele do qual falaram as profecias do Antigo Testamento era o Jesus que andou pela terra apenas uma década antes. Os bereanos foram nobres porque aceitaram a autoridade apostólica de Paulo para identificar o Messias, não porque poderiam interpretar sozinhos, a partir do Antigo Testamento, que Jesus era o Messias. Então, seu “exame” da Bíblia se limitava a reler as passagens que falavam que o Messias teria de sofrer, morrer e ressuscitar, não para provar que Jesus era o Messias. Antes de Paulo, os bereanos, como todos os judeus, pensavam que o Messias seria reconhecido por sua aparência majestosa e por conquistar os pagãos. Foi preciso Paulo mostrar que as passagens do Antigo Testamento que diziam que o servo de Deus teria de sofrer se aplicavam ao Messias e, mais importante, que seu nome era Jesus. O judeu comum, apesar de conhecer sua Bíblia, invariavelmente desconsiderava as numerosas passagens do Antigo Testamento que sugeriam que o Messias viria primeiro para sofrer e morrer. Como Paulo diz em 2 Coríntios 3:14-16:
“Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido;
E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles.
Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará.”
Depois de ouvir os ensinamentos de Paulo, os judeus agora iluminados poderiam ler uma passagem como Isaías 53 e compreendê-la de modo completamente diferente (cf. Lucas 24:26, Atos 8:26-35). Foi para ligar a revelação divina de Paulo que Jesus era o Messias com as passagens de sofrimento do Antigo Testamento que os bereanos examinavam as Escrituras. Os bereanos não acreditaram primeiro e depois examinaram as Escrituras para verificar o ensino de Paulo. Não, eles examinaram a Bíblia primeiro, nas passagens que falavam do servo sofredor, e então aceitaram pela fé que o Jesus do qual Paulo falava era o Messias. Sua fé se baseava em aceitar a autoridade de Paulo para interpretar a Escritura, enquanto a Escritura servia principalmente como testemunha da mensagem de Paulo. As Escrituras não podiam servir para determinar a validade do ensino de Paulo pelo simples motivo que a Escritura nunca identificou o Cristo com Jesus. Ele[18] foi designado por nomes como “profeta” (Deuteronômio 18:15) ou “Emanuel” (Isaías 7:14), nunca “Jesus” (Mateus 1:21). Os bereanos, como prescrevia o Antigo Testamento, precisavam de ao menos duas ou três testemunhas para provar a veracidade de uma certa pessoa ou evento (cf. Deuteronômio 19:15; 2 Coríntios 13:1). Paulo era uma testemunha e a Escritura era outra, e ambos eram necessários para que a verdade fosse conhecida e compreendida. Então, Atos 17:11 não pode apoiar o conceito de Sola Scriptura. Na verdade, essa passagem nega de maneira implícita essa doutrina.[19]
[1] N.T.: todas as citações bíblicas desta tradução são da Bíblia Almeida Corrigida e Revisada Fiel.
[2] N.T.: Segundo afirma o portal da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Sola Scriptura é o princípio em que “somente a Escritura é a suprema autoridade em matéria de vida e doutrina; só ela é o árbitro de todas as controvérsias”. É um princípio que não precisa de prova, conforme diz o mesmo site: “Existem evidências internas e externas da inspiração e divina autoridade das Escrituras, mas estes atributos não são passíveis de “prova”. A única evidência que importa é o “testemunho interno do Espírito” no coração do leitor. Ênfase de Calvino: “A menos que haja essa certeza [pelo testemunho do Espírito], que é maior e mais forte que qualquer juízo humano, será fútil defender a autoridade da Escritura através de argumentos, ou apoiá-la com o consenso da Igreja, ou fortalecê-lo com outros auxílios. A menos que seja posto este fundamento, ela sempre permanecerá incerta” (8.1.71).”
[3] Cf., Atos 19:9; 18:4; 19:8.
[4] Comentários típicos em defesa do Sola Scriptura utilizando os bereanos de Atos 17 são estes: “Eles foram chamados nobres porque verificavam tudo pela Palavra de Deus…se queremos ser crianças fiéis de Deus, se queremos ser nobres, devemos agir como os bereanos” (W. Robert Godfrey in Sola Scriptura! The Protestant Position on the Bible, p. 24-25); “os bereanos são conhecidos como os mais nobres dentre todos os cristãos primitivos porque ‘examinavam diariamente as Escrituras’ para verificar se o ensinamento de até mesmo um apóstolo era fiel ao texto. Novamente, a conclusão é que ao examinar a Bíblia a verdade pode ser claramente descoberta” (John Armstrong, Ibid., p. 136); “É muito significativo que os bereanos foram explicitamente elogiados por examinar a Escritura. Eles tinham a prioridade correta: a Escritura é o juiz supremo da fé, pelo qual todo o resto deve ser testado. Incertos se poderiam confiar na mensagem apostólica – a qual era tão inspirada e infalível como a própria Escritura, os bereanos sanaram todas as suas dúvidas comparando a mensagem com a Escritura. Mesmo assim, os católicos romanos são proibidos pela sua Igreja de adotar o mesmo procedimento!” (John MacArthur, Ibid., p. 178).
[5] N.T.: apenas nesta passagem adotei a versão da Sociedade Bíblia Britânica, que utiliza a palavra “leitura” invés de “lição”, mais adequada ao ritual judaico. Na sinagoga é feita a leitura litúrgica de um trecho da Lei e dos Profetas, nem sempre acompanhada de um “estudo” ou “homilia”. Saiba mais em: http://www.cip.org.br/simchat-tora/
[6] Do grego διαλέγομαι que significa tanto “disputar” (por ex.,, Marcos 9:34, Judas 9); como “argumentar” (Atos 17:2, 17; 18:4, 19:8-9; 20:7, 9; 24:12, 25).
[7] Do grego διανοίγω, usado exclusivamente para “abrindo” ou “tornar acessível“ (ex., Marcos 7:34, 35; Lucas 2:23; 24:31, 32, 45; Atos 16:14).
[8] Do grego (ILEGÍVEL NO ORIGINAL – NOTA 29), significa “colocar diante de” (Atos 16:34) ou “encomendar” (Atos 20:32). A palavra não significa “provar”, mas “exibir”. Um sinônimo é usado sobre Apolo em Atos 18:28, onde diz que ele “convencia os judeus mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo”. O termo “mostrando” é do grego ἐπιδείνυμι que significa também “exibir” (cf., Mat. 16:1; 22:19; 24:1; Atos 9:39; Heb. 6:17). A palavra normal para “provar” é δοκιμάζω (cf., 1 Cor. 3:13; 2 Cor. 8:8; 13:5; 1 Ts. 5:21; 1 Tm. 3:10), mas esse termo não é usado em Atos, nem em lugar algum para igualar Jesus ao Cristo.
[9] Cf. Isaías 53:10-12; Lucas 24:46.
[10] N.T.: grifos meus.
[11] Perceba a ênfase que o Livro dos Atos dá em identificar Jesus como o Messias, cf., Atos 1:1, 11; 2:22, 32, 36; 3:13, 26; 4:27-33; 5:30; 7:55; 8:35; 10:38; 13:23; 18:5, 28; 25:19; 28:23.
[12] “nobres” vem do substantivo grego εὐγενής, que aparece 03 vezes no Novo Testamento (Lucas 19:12; Atos 17:11; 1 Cor. 1:26). É óbvio da redação de Lucas que ele considerava os judeus bereanos “nobres” por causa da sua reação positiva à mensagem de Paulo, não necessariamente porque eles eram previamente conhecidos por sua virtude maior que a dos tessalonicenses. A igreja de Tessalônca tornou-se uma das igrejas-modelo de Paulo (cf. 1 Ts. 1-3).
[13] N.T.: ver Atos 14:4
[14] “Alguns” é do grego τινές, “muitos” é de πολλοί.
[15] N.T.: perícope é o trecho de algum texto.
[16] N.T.: creio que o autor do texto se referia ao papel da Bíblia na fé, ao utilizar a expressão “doutrina da Bíblia”.
[17] Do grego: ὁ λόγος τοῦ θεοῦ.
[18] N.T.: o Messias (Cristo).
[19] Como disse o apologista católico Steven Ray: “se um dos dois grupos de judeus poderia ser chamado de praticantes do Sola Scriptura, qual seria: os de Tessalônica ou de Beréia? Os de Tessalônica, claro. Eles, como os bereanos, examinaram as Escrituras com Paulo na sinagoga e mesmo assim rejeitaram sua mensagem. Eles não aceitaram o novo ensinamento, decidindo depois de três semanas de deliberação que a mensagem de Paulo contrariava a Torá…. Eles argumentaram apenas pela Escritura e concluíram que a nova mensagem de Paulo ‘não era bíblica’ ” (no livro This Rock, 1997)
PARA CITAR
SUGENIS, Robert. Os nobres de Bereia em Atos 17 e a Sola Scriptura. Disponível em: <http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/protestantismo/891-os-nobres-de-bereia-em-atos-17-e-a-sola-scriptura>. Desde: 24/06/2016. Traduzido por: João Marcos