Domingo, Maio 5, 2024

Martírio de Policarpo de Esmirna

 

Por volta do ano 400, um autor anônimo se faz passar pelo sacerdote Piônio de Esmirna (morto em 250), escreve uma vida de Policarpo. Embora totalmente lendário, insere nela o texto completo, autêntico, da carta da Igreja de Esmirna endereçada à Igreja de Filomélio, relatando o martírio de Policarpo.

Trata-se de um texto, no gênero literário epistolar, escrito logo depois da morte de Policarpo (+- 150 d.C), endereçado à Igreja de Filomélio. Este é o primeiro texto cristão que descreve o martírio, e também o primeiro a usar este título de “mártir” para designar um cristão morto pela fé. O texto parece ter sofrido influências de narrações semelhantes do judaísmo de II e III Macabeus. Por sua vez, influenciou o desenvolvimento deste gênero literário entre os cristãos, o que fez Renan declarar: “Este belo trecho constitui o mais antigo exemplo conhecido das Atas de martírio. Foi o modelo que se imitou e que forneceu a marcha e as partes essenciais destas espécies de composições”1.

De fato, parece ser um texto tão importante que leva J. Lebreton a afirmar: “O historiador das origens da religião cristã não poderia desejar um texto mais autorizado”2. H. Delehaye destaca o valor histórico deste documento afirmando: “É o mais antigo documento hagiográfico que possuímos e não há uma só voz para dizer que existe outro mais belo. Basta relê-lo e pesar cada frase para se persuadir de que esta narração é a que pretende ser a relação de um contemporâneo que conheceu o mártir, o viu no meio das chamas, tocou com suas mãos os restos do santo corpo”3.

É o segundo texto mais antigo que se verifica o uso da expressão “Igreja católica” pelos cristãos primitivos. O Capítulo 20 nos informa que esta “narração sumária” foi redigida por certo Marcião, um irmão da igreja de Esmirna. O copista que transcreveu a carta foi Evaristo. É de fato, um sumário, se pensa nos onze mártires que precederam Policarpo.

[1] – Renan, L’Églesie chrétienne, Paris, 1879, p.492
[2] – J. Lebreton, Histoire du dogme de la Trinité, t. II, Paris, 1928, p.200.
[3] – Les passiones des martyrs et les genres littéraires, Bruxelas, 1922, p.12-13.

Fonte: Padres Apostólicos, Volume I, Coleção Patrística. Ed. Paulus

Comentário do Apologistas Católicos, por Jonadabe Santos Rios:

É impressionante a narração dos martírios destes vitoriosos cristãos primitivos, e o de Policarpo é especialmente emocionante, além de, é claro, conter informações muito importantes sobre a fé primitiva.

Nelas podemos ver, por exemplo, a crença na ressurreição dos mortos hoje tão esquecida e negligenciada.

Estes cristãos primitivos acreditavam sim em um tipo de consciência após a morte ao lado de Jesus Cristo (não do mesmo tipo de crença popular hoje), mas também não deixavam de pregar a ressurreição dos mortos. Esta era a principal esperança deles. A ressurreição de Jesus nos mostra que Deus não abandonou sua criação e que seu trabalho de restauração do mundo começou assim que Jesus viveu novamente.

Aconselho principalmente aos que acreditam em um tipo de reencarnação como a pregada pelo Espíritismo, e vivem dizendo que os cristãos primitivos ensinavam a reencarnação, que passem a ler o que tais cristãos primitivos nos dizem, em vez de apresentar teorias milaborantes.

Hoje em alguns lugares, não é muito diferente ver cristãos sendo perseguidos por sua fé, como o caso de algumas postagens recentes.


Triste é ver que boa parte dos que se dizem cristãos vivem indiferentes a isso.

Glórias a Deus pela vida de tais pessoas!

***

Para ler o martírio completo de Policarpo de Esmirna, acesse a área “Padres Apostólicos” em nossa sessão Obras Patrísticas.

 

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