Terça-feira, Maio 7, 2024

Escritura e Revelação segundo o Concílio Vaticano II (Capítulo 1)

 

A REVELAÇÃO EM SI MESMA (nn. 2-6)

 

Natureza e objeto da revelação

A revelação no seu amplíssimo sentido

2. Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo, e dar a conhecer o mistério da sua vontade (cf. Ef. 1,9), mediante o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo Encarnado, têm acesso no Espírito Santo ao Pai e se tornam participantes da natureza divina (EF. 2,18; 2Ped. 1, 4). Com efeito, em virtude desta revelação, Deus invisível (cf. 1,15; 1 Tim. 1, 17), na riqueza do seu amor, fala aos homens como a amigos (cf. Ex. 33, 11; Jo. 15, 14-15) e conversa com eles (cf. Bar, 3, 38), para os convidar e admitir à comunhão com Ele. Esta economia da revelação faz-se por meio de ações e palavras intimamente relacionadas entre si, de tal maneira que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e corroboram a doutrina e as realidades significadas pelas palavras, enquanto as palavras declaram as obras e o mistério nelas contido. Porém, a verdade profunda contida nesta revelação, tanto a respeito de Deus como a respeito da salvação dos homens, manifesta-se-nos na pessoa de Jesus Cristo, que é, simultaneamente, o mediador e a plenitude de toda a revelação[1].

 

O modo como o Concílio descreve a revelação divina apresenta-se desde o princípio com um amplíssimo e riquíssimo significado. Quem esperasse uma definição da revelação formal ou em sentido próprio, que é uma locução divina, teria, talvez, desejado as palavras do Concílio Vaticano I, falando da revelação divina sobrenatural, que “foi do agrado da bondade e sabedoria de Deus (além da revelação por meio das coisas criadas) revelar-se a Si mesmo e aos decretos eternos da sua vontade, ao gênero humano por outra via sobrenatural, segundo as palavras do Apóstolo: Deus, depois de falar, no passado, muitas vezes e de muitos modos aos Patriarcas e Profetas, falou-nos no último destes dias por seu Filho…[2](Heb. 1, 1-2)” (D 1785). Este sentido preciso da locução divina, que é próprio da revelação formal, não é, evidentemente, abandonado nem corrigido pelo Vaticano II, que começa no proêmio, afirmando que queria seguir os passos do Vaticano I. Diz expressamente, e no número que comentamos, que “pela revelação Deus invisível… fala aos homens como a amigos… e conversa com eles”. Quando o Concílio diz que Deus nos fala “pela abundância da sua caridade”, quer expressar a índole gratuita e sobrenatural da revelação”[3]. 

Mas o Vaticano II preferiu declarar a ação de Deus revelante ou, por outras palavras, a revelação ativa; também quis insistir mais no objeto que nos é revelado, por outras palavras, revelação objetiva; do mesmo modo quis recordar a finalidade desta revelação divina, que é o consórcio e amizade divina; finalmente, quis expor toda a economia da salvação[4].

Deste modo, a descrição que este número faz da revelação, apresenta certa riqueza e amplidão de conteúdo; e é apta para insinuar os valores kerigmáticos da revelação divina.

Foi do agrado de Deus, pela sua bondade e sabedoria (tudo isto assinala a causa da revelação ou a revelação ativa) revelar-se  a si mesmo e manifestar o “mistério” da sua vontade[5], em virtude da qual os homens tem acesso ao Pai por Jesus Cristo no Espírito Santo e se concorciam com a natureza divina[6].

Desta maneira o Deus invisível (Col. 1, 15); (1Tim. 1, 17), “o que habita uma luz inacessível, que nenhum homem viu nem pode ver” (Tim. 6,16), fala-nos pela abundância da sua caridade e quer que nos chamemos e sejamos seus filhos (cf. 1 Jn. 3,11), conversa conosco (cf. Bar. 3, 38) como com seus amigos; de modo análogo falava Yavé a Moisés, cara a cara, como costuma falar um homem ao amigo (Ex 33,11); ou como Jesus Cristo chamava amigos a seus discípulos por lhes ter manifestado todas as coisas ouvidas do Pai (Jn. 15,15). Tudo isto expressa a finalidade da revelação divina.

O Vaticano II entende que as manifestações que Deus faz de Si e de seus planos salvíficos, nos são comunicadas não só pela palavra divina, mas também pelos fatos e acontecimentos realizados na história da salvação. Evidentemente que os fatos que se deram nesta história, não somente os prodígios e milagres, mas também todas as manifestações de amor e poder de Deus que lemos na história sagrada e evangélica, nos querem dizer e nos dizem, algo de Deus, e é plano de Deus, falar-nos, também, mediante estes fatos e acontecimentos.

Embora os fatos, realizados pelas pessoas, as manifestem, nas suas condições, qualidades e até intenções, contudo, nem tudo o que elas manifestam de si nos acontecimentos quotidianos, são coisas que nos querem dizer e manifestar. Por exemplo, um homem, ao falar com boa voz, manifesta-nos que é possuidor dessa qualidade, o que não quer dizer que fosse sua intenção mostrá-lo. Nem contudo o que se manifesta com os eventos é objeto duma vontade de comunicá-lo. A revelação propriamente dita é uma locução de Deus, e por locução, em sentido próprio, entende-se a manifestação da própria mente dum modo direto e imediato[7].

Mas ao tratar-se de Deus e dos acontecimentos que realizou na história salvífica e que ele próprio teve o cuidado de nos serem manifestados nos livros sagrados, é evidente que houve uma intenção de que os conhecêssemos e nos fosse comunicados. Falou-nos também com os fatos e acontecimentos.

Na economia da revelação – diz o Concílio – os fatos e palavras estão intimamente unificados, de modo que as obras realizadas por Deus na história salvífica manifestam e confirmam uma doutrina e as coisas significadas pelas palavras; por outra parte, as palavras proclamam os fatos e aclaram o mistério contido neles. Nestes termos do concílio, ressalta claramente o sentido da primeira frase que as palavras anunciam ou proclamam os fatos e esclarecem o mistério contido neles. Com a expressão anterior: as obras de Deus manifestam a doutrina e as coisas (res) significadas pelas palavras, quis-se indicar que manifestam “a profunda realidade que se significa pelas palavras e se expressa pelos fatos na sua realidade”; algo como a res sacramenti é a realidade que vem expressa e significada pelo fato do sacramento[8].

O objeto da revelação fica iluminado com precisão no texto conciliar, quando no final deste número introduz a Cristo como mediador desta revelação divina e como plenitude de toda a revelação, a íntima verdade de Deus e da salvação humana. Temos de buscar a explicação para estas expressões conciliares nos textos a que se alude na nota (2) do mesmo texto conciliar correspondente a este número.

Com efeito, em Cristo, e pela revelação de Jesus Cristo, conhecemos o Pai, isto é, quem é o Pai, uma vez que “ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar” (Mt. 11,27). Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida (Jo. 14,6).

Só o Pai, conhece Jesus Cristo, o Filho, com um conhecimento compreensivo (Mt. 11,27); e este é a vida eterna, conhecer o Deus verdadeiro e o seu enviado Jesus Cristo (Jo. 17,3). Mas este Verbo fez-se carne e habitou entre nós e vimos a sua glória (Jo. 1,14); a verdade foi-nos dada por Jesus Cristo (cf. Jo. 1,17); Jesus Cristo o Filho unigênito que está no seio do Pai, foi Ele que nos falou de Deus (ibid., v.18). Se quando leem Moisés e as suas profecias, os judeus não conhecem a Cristo, tem um véu sobre os seus corações; mas sempre que se voltam para o Senhor o véu cai (cf. 2Cor. 3, 15-16). O conhecimento da glória de Deus reflete-se na face de Cristo (cf. 2Cor. 4,6). E em Cristo temos a redenção pelo seu sangue, a remissão dos pecados segundo as riquezas de sua graça, que fez abundar em nós com toda a sabedoria e conhecimento, dando-nos a conhecer o mistério da sua vontade… para realizar na plenitude dos tempos recapitulando todas as coisas em Cristo …” (cf. Ef. 1. 7 ss).

Em resumo, podemos dizer que Cristo é a plenitude da revelação: a) enquanto por seu meio a revelação divina chega à sua plenitude; b) enquanto Ele mesmo é objeto da revelação divina, que nos descobre a sua divindade e todos os seus mistérios, que chegam a ser objeto explícito da nossa fé. Deste modo, introduzindo a Cristo, como revelação, satisfez-se os que pediam que fossem introduzidas frases neste sentido[9].

 

Estágios da revelação (nn. 3-4)

Preparação da revelação evangélica (n.3)

3.  Deus, criando e conservando todas as coisas pelo Verbo (cf. Jo. 1,3), oferece aos homens um testemunho perene de Si mesmo na criação (cf. Rom. 1, 19-20) e, além disso, decidindo abrir o caminho da salvação sobrenatural, manifestou-se, desde o princípio, aos primeiros pais. Depois da sua queda, porém, juntamente com a promessa da redenção, deu-lhes a esperança da salvação (cf. Gen. 3,15) e cuidou continuamente do gênero humano, para dar a vida eterna a todos aqueles que, perseverando na prática das boas obras, procuram a salvação (cf. Gen. 12,2), povo que, depois dos Patriarcas, ensinou, por meio de Moisés e dos Profetas, a reconhecer n’Ele o único Deus vivo e verdadeiro, o pai providente e o juiz justo, e a esperar o Salvador prometido; assim preparou Deus o através dos tempos caminho ao Evangelho.

 

O Concílio menciona neste número diversos estádios ou fases da revelação.

O primeiro recorda a revelação natural. É a comunicação que Deus nos faz de si e dos seus atributos por meio da natureza criada. Como escreveu São Paulo aos Romanos, “os atributos invisíveis de Deus, o seu poder eterno e divindade, tornam-se visíveis desde a criação do mundo, e através das suas obras descobertos à reflexão” (Rom. 1,20). Antes, o Autor do Livro da Sabedoria, tinha dito que pela grandiosidade da beleza e do ser criado se pode conhecer analogicamente o criador das coisas” (Sab. 13,15). Uma razão profunda desta comunicação de Deus com os homens mediante a criação, apontada pelo Vaticano II, é que todas as coisas foram feitas pelo Verbo (o conhecido pensamento do prólogo de S. João 1,3; e Col. 1, 16); e todas as coisas são conservadas pelo mesmo Verbo e nele têm a sua consistência (Col. 1, 17); deste modo Deus deixou em todo o criado um rasto ou testemunho de Si.

Mas Deus quis abrir caminho de salvação aos homens, e não quis deixá-los entregues à sua sorte natural, ou à perdição depois que o homem pecou; pelo contrário, deseja que “a glória, a honra e a paz sejam para quem faz o bem”, seja judeu, ou grego, porque para Deus não há acepção de pessoas (Rom. 2, 10-11).

Desde o princípio, manifestou-se, Deus, a nossos primeiros pais. Temos aqui a revelação sobrenatural primitiva, a Adão e Eva.

Embora não poucos Padres do Concílio tivessem pedido que não fosse usada a expressão “primeiros pais” neste lugar para não dar ocasião de pensar que aqui se dirimem as questões sobre o monogenismo e o gênero literário da proto-história do Gên. 1-3, e para não restringir, somente a eles, a revelação primitiva, parece evidente à Comissão que ninguém o entenderá nesse sentido; é claro que as coisas ficam no mesmo pé que antes do Concílio[10].

Mediante esta revelação, Deus animou os primeiros pais a não desesperarem, depois da tentação e da queda; prometeu-lhes uma redenção, porque poria – afirmou – inimizades entre o diabo e a mulher, entre a descendência do diabo e a da mulher; e o descendente desta havia de esmagar a cabeça da serpente (Gên. 3, 15).

Com esta revelação levantou o ânimo dos que acabavam de pecar, deu-lhes esperanças de restauração e redenção; propôs-se além disso, dar a vida eterna a todos os homens que, pela perseverança no bem, busquem a glória, honra e incorruptibilidade (Rom. 2,7). Com a alusão a esta passagem de Rom., quis-se indicar segundo pedidos de alguns Padres, a salvação oferecida a todo o gênero humano e aos homens antes de Abraão[11].

Além da revelação primitiva feita aos primeiros pais, o Concílio recorda a revelação patriarcal feita nominalmente a Abraão, a quem Deus chamou para fazê-lo pai duma grande nação e bendizê-lo e engrandecer-lhe o nome (Gen. 12,1-2). Preparou-se, com Abraão, dum modo mais imediato a revelação evangélica que havia de vir.

Depois da revelação feita a Abraão e aos Patriarcas, é mencionada a revelação por meio de Moisés e dos Profetas ao povo de Israel. Deus ensinou e educou este povo pra Si, para o Deus vivo e verdadeiro. O Deus do Antigo Testamento é Pai e é Juiz remunerador e justo. Deve ser reconhecido e ter o culto conveniente. E, embora alguém tivesse pedido que em vez de pai se escrevesse Senhor, porque esta expressão é mais própria da Antiga Lei, prevaleceu o emprego de Pai, porque “o Antigo Testamento, ao descrever os afetos paternos de Deus, prepara a revelação evangélica[12]. Por outro lado, omitiu-se, como estava no último esquema, que Deus é Pai de todos os homens, “porque a paternidade de Deus no Antigo Testamento não se estende claramente a todos os homens”[13].

A revelação mosaica e profética, orientava-se para a promessa dum Salvador futuro, Seríamos intermináveis, se tivéssemos de recordar todos os vaticínios messiânicos, que alimentavam a esperança do povo de Deus, preparando um dos sinais do futuro Redentor[14] e servindo de preparação à revelação evangélica.

Deste modo, neste número da Constituição, recordou-se, com termos principalmente bíblicos diferentes fases ou estádios da revelação divina, desde a revelação natural até a profética, passando pela primitiva, patriarcal e mosaica. É de notar que toda a revelação do Antigo Testamento foi considerada, não tanto em si mesma, mas como uma preparação da revelação do Novo Testamento, posto que aquela se ordenava à vinda de Cristo. O ponto comum de convergência em todos os estágios da revelação antiga é a esperança da salvação messiânica. A ela se ordenava a revelação e Aliança antiga[15].

 

Cristo completa e consuma a revelação (n. 4, a)

4 a. Depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos pelos profetas, falou-nos Deus nestes nossos dias, que são os últimos, através de seu Filho (Heb. 1,1-2). Com efeito, enviou o seu Filho, isto é, o Verbo eterno, que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e explicar-lhes a vida íntima de Deus (cf. Jo. 1, 1-18). Jesus Cristo, portanto, Verbo feito carne, enviado “como homem para os homens”[16], “fala as palavras de Deus” (Jo. 3, 34) e consumam a obra de salvação que o Pai lhe mandou que realizasse (cf. Jo. 5, 36; 17, 4). Por isso, Ele, – quem o vê, vê também o Pai (cf. Jo. 14, 9), – com a presença e manifestação de toda a sua pessoa, com palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a morte e a gloriosa ressurreição, de entre os mortos, finalmente com a missão do Espírito de verdade, realiza e completa a revelação, e confirma-a com o testemunho divino, a saber, que Deus está conosco para nos libertar das trevas do pecado e da morte e para nos ressuscitar para a vida eterna.

 

O texto indicado para passar da revelação profética à evangélica, é o de Heb. 1, 1-2. Não se encontraria texto bíblico mais adequado. Porque “depois de Deus, no passado, ter falado, muitas vezes e de muitos modos aos patriarcas e profetas, no último destes dias falou-nos num Filho…”. Ele, é a sua Palavra eterna, que ilumina a todos os homens (cf. Jo. 1,9), e foi enviado a este mundo e armou a sua tenda entre nós (Jo. 1,14); e, como Filho unigênito que está no seio do Pai, falou-nos das coisas de Deus, a quem nunca ninguém vira (cf. Jo. 1, 18).

Deste modo aparece a grande conveniência duma revelação aos homens feita por outro Homem, o Verbo feito carne, enviado como homem aos homens, segundo a bela expressão da carta a Diagneto, que manifesta além do mais o caráter pacífico e amoroso da comunicação divina: “com clemência e mansidão, Deus, como um rei que envia a um filho rei, assim enviou a Cristo como Deus; como homem enviou-o a homens; enviou-o como quem salva, como quem persuade, sem empregar a violência…”[17].

Jesus Cristo, enviado por Deus, fala palavras de Deus (Jo. 3, 34). Em todo o diálogo com Nicodemos aparece a missão recebida do Pai (Jo. 3, 16-19). Jesus diz que a sua doutrina não é sua, mas d’Aquele que O enviou (Jo. 3, 34). Fala das coisas que ouviu Àquele que O enviou (Jo. 8, 26-29). Não fala por Si mesmo, mas o Pai que O enviou é o que Lhe deu o mandato do que tem de falar (Jo. 12, 49-50; cf. 15,15). As palavras que fala não as diz por Si mesmo: o Pai está n’Ele e Ele está no Pai; e o que O vê, vê ao Pai (cf. Jo. 14, 9-11).

A intenção de Cristo na sua pregação e vida é levar a bom termo e perfeição a obra da salvação que Lhe entregou o Pai (cf. Jo. 5, 36; 17, 4).

A intenção deste número é manifestar a obra reveladora de Cristo, e o texto conciliar alonga-se nisso. Assinala, oportunamente, que Jesus Cristo “realiza e completa a revelação, e confirma-a com o testemunho divino”. Com efeito, Jesus fez duas coisas, em ordem à revelação divina; primeiro, manifestou-nos uma mensagem divina e um conteúdo que sancionava e aperfeiçoava a mensagem do Antigo Testamento (cf. Mt. 5,17-48). Não veio a destruir a lei mas a aperfeiçoá-la (Mt. 5,17). A sua doutrina de ordem moral, enraizada no novo mandamento do amor, e no sentimento fundamental da filiação divina, é admiração para os homens de todos os tempos. Além disso propôs, com autoridade, dogmas de ordem doutrinal, que aperfeiçoavam a revelação do Antigo Testamento. Ensinou o mistério da Santíssima Trindade (Mt. 28,19), e que o Verbo procede do Pai, e o Espírito Santo procede do Pai e do Filho (Jo. 8, 42; 15, 26…). Manifestou-nos a sua divindade (cf. Mt. 11,27; 16,13-20; 26,62-66), a redenção (Mt. 20,28); e juízo universal (Mt. 25, 31-46), a existência do inferno (Mc. 9, 43-49) e dos Anjos (Mt. 18,10); e também a existência de ritos (sacramentos) que conferem a graça (Jo. 3, 3-11; Mt. 28-19; Mc. 16,16; Mt. 26, 26-28; Jo. 6, 55-59) … É claro que Jesus Cristo na sua pregação manifestou-nos ou revelou-nos verdades que se referem à nossa salvação.

Além de completar a revelação, Jesus Cristo confirmou como críveis, as verdades que pregava. O seu testemunho apologético baseia-se na sua mesma índole e presença pessoal. Se tivesse sido insincero nas afirmações sobre Si mesmo e sobre o seu ser, atribuindo-se a messianidade e filiação divina, seria um portento de maldade; se fosse falso o que afirmou em assuntos, tão graves, com tanta paz e equilíbrio, seria um caso de loucura. A própria índole e presença dão testemunho da verdade e das suas afirmações. Mas, além disso, com as palavras e obras, milagres e sinais da sua legação divina, sobretudo com a morte e ressurreição dentre os mortos… testemunhou a verdade da sua doutrina: disse-nos e demonstrou-nos que é Deus conosco, para libertar-nos das trevas, do pecado e da morte, e para nos ressuscitar para a vida eterna.

Numa palavra, Jesus Cristo com a sua índole e presença pessoal, com a manifestação de si próprio, com a sua epifania, para expressar o mesmo, com um termo grego[18], com todas as suas obras, aperfeiçoou a revelação. É o consumador dela, E Ele próprio, é algo que se nos revelou com a sua Divindade e Messianidade[19].

Com a missão do Espírito Santo completou e confirmou todos os seus ensinamentos (cf. Jo. 14, 26; 16, 13).

 

Revelação definitiva (n. 4, b)

4 b. Portanto, a economia cristã, como nova e definitiva aliança, jamais passará, e não é possível esperar nenhuma outra revelação pública antes da gloriosa manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. 1Tim. 6, 14; Tit. 2,13). 

 

A revelação evangélica e cristã é a última e definitiva. Não se deve esperar uma nova revelação pública, ou um novo período na história da salvação; como poderia imaginar-se, com Tertuliano e os Montanistas[20], um período novo especialmente atribuído ao Espírito Santo. É verdade que o Espírito Santo sugere e ensina todas as coisas ditas por Cristo (cf. Jo. 14, 26); é verdade que leva ao conhecimento de toda a verdade (Jo. 16, 13). Mas isto refere-se diretamente aos Apóstolos. Desde a morte do último Apóstolo encerrou-se a revelação pública e não há que esperar novas revelações que devem ser criadas com fé divina e católica. É doutrina clara e ensinada do Magistério eclesiástico e da Teologia[21].

A economia da salvação que existe na religião cristã é a que corresponde à “Nova Aliança” eterna, isto é, definitiva (cf. Mt. 26, 27). Fica apenas a expectação pela vinda do Senhor (1Tim. 6, 14-15); esperamos “esperança bem aventurada e o advento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo” (Tit. 2, 13).

 

A revelação recebe-se pela fé (n. 5)

Descrição da fé

5. A Deus revelador é devida a “obediência da fé” (Rom. 16, 26; cf. Rom. 1, 5; 2Cor. 10, 5-6); por ela, o homem todo entrega-se livremente a Deus oferecendo “a Deus revelador o obséquio pleno da inteligência e da vontade”[22] e prestando voluntariamente assentimento à sua revelação. Para prestar esta fé, é necessário o prévio auxílio da graça divina e o auxílio interior do Espírito Santo, que mova e converta a Deus os corações, abra os olhos da alma, e dê “a todos a suavidade no assentimento e na adesão à verdade[23]. Para que a inteligência da revelação seja sempre mais profunda o mesmo Espírito Santo aperfeiçoa sem cessar a fé mediante os seus dons.

 

Embora pareça tratar-se da fé, continua a falar-se, neste número, da revelação. Porque o ponto de referência para falar da fé é a revelação: a fé é o modo de aceitar e receber a revelação divina.

Pretendeu-se neste número, descrever, dum modo amplo, a fé, abarcando a entrega total da pessoa a Deus. Foi encarada como um exercício religioso total e pessoal, incluindo a obediência da fé e a entrega da pessoa. Vários Padres desejaram uma descrição mais bíblica e personalista da fé, que correspondesse à descrição ampla da fé, anteriormente dada[24]. Rigorosamente, fala-se, aqui, duma fé formada e viva abarcando também a esperança e a caridade. A esperança une-se à fé porque a fé é a garantia das coisas que se esperam (Heb. 11,1); a caridade une-se à fé porque a fé que justifica opera pela caridade (Gál. 5, 6)[25]. Em virtude do sentido de fé formada, contido neste número, pode admitir-se que pela fé o homem se entrega totalmente a Deus. Em rigor, quando se trata de fé estritamente dita, prestamos a Deus o obséquio do nosso entendimento e da nossa vontade que impera o assentimento, aceitando a palavra de Deus e honrando assim, a sabedoria e veracidade de Deus. Se a fé se entende em sentido mais amplo, pode incluir outras virtudes como a esperança e a caridade, ambas radicadas na fé.

Na descrição da fé, que nos dá este número, embora não fosse esquecido o caráter intelectual dela, não se descurou também o assinalar a sua dependência da vontade. Diz-se, certamente, que pela fé aceitamos a verdade revelada por Deus; o que equivale a dizer que a fé é ato de entendimento que julga, afirma ou nega. Nota-se, também que com ela prestamos um obséquio pleno do entendimento a Deus que revela, recordando palavras do Vaticano I[26]; do mesmo modo, indica-se o motivo desta aceitação intelectual, que é “Deus revelador”, ou seja, a sabedoria e veracidade divinas, a sua ­­­­­­­­­­­­­­­­autoridade científica, que se aplica ao objeto que Deus nos revelou[27].

Mas não se deixa, também de assinalar os influxos da vontade. Porque a aceitação dá-se dum modo voluntário; o obséquio pleno a Deus revelante é do entendimento e da vontade; a entrega total a Deus faz-se livremente; e, com palavras bíblicas, fala-se da “obediência da fé” (Rom. 1, 16, 26), que são palavras aptas para indicar a influência da vontade e a sua entrega.

 

Necessidade da graça para a fé

O presente número expõe também a necessidade da graça de Deus para aceitar a revelação, mediante a fé. Refere-se à fé salutar, à fé formada, de que falava, não a uma fé meramente científica, que S. Tiago atribui até, aos próprio demônios[28]. Para esta fé salutar, dispondo-nos para a vida eterna, é necessária, diz o concílio, a graça preveniente e também a graça adjuvante, servindo-se de expressões que recordam os Concílios Tridentino e Vaticano I[29].

Esta graça de Deus abarca os auxílios internos do Espírito Santo e pode também consistir em graças externas, como a pregação, milagres, etc. Tratando-se dos preâmbulos da fé, admitem-se, além dos internos, critérios externos. Foi por esta razão que não foi substituída a partícula et (e), unindo “a graça de Deus que ajuda” com “os auxílios internos do Espírito Santo”, pela outra partícula seu  (ou), como se “a graça de Deus” e “os auxílios internos do Espírito Santo” fossem expressões equivalentes. Foi de propósito que se escreveu et e não seu[30].

A ação da graça pode ser vária na sua eficiência cronológica; não é necessário que o primeiro passo seja sempre o “abrir os olhos da mente” e depois o “mover o coração e convertê-lo a Deus”. A Comissão não admitiu uma emenda que se propunha que, primeiro, fosse mencionada a ação na inteligência e depois no coração. A razão dada, para não se mudar o texto, foi que o homem pode ser levado à fé de diferentes maneiras[31]. É a esta ação da graça e aos auxílios do Espírito Santo que se deve “a suavidade em consentir e crer na verdade”, recordando o cânon 7º do Concílio Arausicano II, no qual se condenava quem dissesse que, somente com as forças naturais, sem iluminação e inspiração do Espírito Santo, se podia aceitar salutarmente a pregação evangélica. É o Espírito que dá a todos aquela suavidade no aceitar e acreditar a verdade… (D 180).

O fato do Espírito Santo ter sido introduzido no texto, preparou o último ensinamento deste número, que se refere à perpétua ação do Espírito para que cada um dos fiéis e toda a comunidade penetrem mais na intelecção da revelação[32]. Deste modo, o Espírito a quem se deve a fé primeira e a preparação para a fé, é, também, o que opera a penetração e a perseverança na mesma fé. A ação do Espírito faz-se por meio dos seus dons.

Esta menção dos dons do Espírito Santo, neste documento conciliar, confirma os ensinamentos dos catecismos, da liturgia e de Leão XIII, acerca da existência destes dons[33]. As palavras do Concílio referem-se “aos dons que aperfeiçoam a fé”; e estes são os dons do entendimento e da ciência, segundo o que ensina S. Tomás[34].

 

O que é que Deus revela (n. 6)

6. Pela revelação divina quis Deus manifestar e comunicar a sua pessoas e os decretos eternos da sua vontade a respeito da salvação do homens, para os fazer participar dos bens divinos, que superam absolutamente a capacidade da inteligência humana”[35].

 

Este sagrado Concílio professa que “Deus, princípio e fim de todas as coisas, se pode conhecer com certeza pela luz natural da razão a partir das criaturas” (cf. Rom. 1, 20); mas ensina também que deve atribuir-se à sua revelação que “aquilo que nas coisas divinas não é inacessível à razão humana, mesmo na presente condição do gênero humano pode ser conhecido por todos com facilidade, firme certeza e sem mistura de erro”[36].

Embora no número 2, falando da natureza da revelação, se tenha falado no objeto da revelação, pareceu conveniente acabar todo este capítulo expondo, e professo uma suma e compêndio das verdades que Deus nos comunica na revelação. Isto foi feito, seguindo de perto as palavras do Concílio Vaticano I. “Foi do agrado da sabedoria e bondade de Deus – diz o Vaticano I – revelar-se, a Si mesmo e aos decretos eternos da sua vontade, ao gênero humano, por via sobrenatural, distinta da natural…”[37]. O Vaticano II, precisa que se tratam dos decretos “acerca da salvação dos homens” e – outra vez com palavras do Vaticano I – descreve esta salvação sobrenatural, pelo seu fim, que é “para participar dos bens divinos que superam totalmente a inteligência da mente humana”[38]. Percebe-se que o Concílio alude, pelas palavras empregadas e pelo lugar do Vaticano I, donde foram tiradas, à vida íntima e gozosa com Deus na sua graça e na pátria definitiva, com a participação da natureza divina, como filhos adotivos e amigos e com a visão intuitiva de Deus, amando-o e entrando no gozo do Senhor.

Além de revelar os seus atributos e os decretos salvadores da sua vontade, além de revelar mistérios absolutos e mistérios de segunda ordem[39], Deus revelou também verdades de ordem natural. Também aqui, o Vaticano II segue de perto e com as mesmas palavras o Vaticano I. Porque segundo os dois Concílios, devemos atribuir à revelação divina (sobrenatural) que, na presente condição de gênero humano, possam ser conhecidas por todos dum modo expedito, com certeza firme e sem erro, as coisas da religião que, de si, não são acessíveis à razão humana[40].

Vê-se que, aqui, se trata dum conhecimento côngruo da religião natural, entendido na sua universalidade (não do conhecimento duma verdade só, ou de poucas da religião natural, que, de fato, podem ser alcançadas sem a revelação); trata-se dum conhecimento que deve ser fácil, firme e certo, com exclusão de erro; trata-se dum conhecimento da religião que se refere e atribui a todos, ao gênero humano (não a um indivíduo em particular); e o ter-se tal conhecimento atribui-se à revelação. Foi ampliar o campo dos objetos revelados, estende-o também ao que de si e segundo a capacidade física é conhecível só pela razão, em matérias religiosas. De fato o gênero humano conhece-o e pode conhecer pela revelação[41].

A necessidade moral da revelação sobrenatural para conhecer congruamente, isto é, de modo fácil, certo e sem erro, o campo da religião natural, não significa que esta revelação seja necessária para conhecer a existência de Deus. A existência de Deus, princípio e fim de todas as coisas, autor dos seres e fim que temos de demandar, pode ser conhecida pelo homem com capacidade física e moral, isto é, sem dificuldade e impedimento, que não possa ser superado por ele mesmo. Com a luz da razão pode, o homem, partindo dos seres criados, conhecer a Deus, com certeza. O Vaticano II, recordou-o, também como palavras do Vaticano I (D 1785); e, apesar de alguma emenda proposta, quis proclamá-lo de modo solene: “Confessa (Confiteur) o Santo Sínodo que Deus…” Fê-lo com esta solenidade pela necessidade de proclamá-lo contra o ateísmo[42]. São Paulo: Os atributos invisíveis de Deus, o seu poder eterno e divindade, tornam-se visíveis desde a criação do mundo, descobertos à reflexão, através das suas obras” (Rom. 1, 20)[43].



[1] Cf. Mt. 11, 27; Jo. 1, 14 e 17; 14, 6; 17, 1-3; 2Cor. 3, 16 e 4, 6; Ef. 1, 3-14.

[2] Deus falou num Filho em todo singular, quem nem sequer é qualificado com um epíteto (em Heb. 1,1), nem sequer com um artigo determinante, mas que depois será descrito como verdadeiro filho natural e propriamente divino, Deus de Deus. A revelação última e definitiva faz-se, certamente, por meio do Filho, mas expressa-se com um “em” que, se pode ter sentido instrumental, o sentido local, uma vez que Deus se revela em todos os atos e palavras do Filho, como que descansa e habita n’Ele, substancialmente, a divindade. A revelação por meio dos Profetas era fragmentária e preparatória; a que se fez no Filho pelo mesmo Deus do Antigo Testamento, continua certamente a anterior, mas é já total do Pai e das coisas do Pai, com o Filho, que é tanto Deus como o Pai (Jn. 1, 18) e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. (Mt. 11,27) M. NICOLAU, Comentário à carta aos Hebreu: a Sagrada Escritura, N.T., Madrid, 1962, p.17.

[3] Schema de divina revelatione(iulii 1964), Relatio n. 2, C, pág. 10.

[4] Cf. Modi, c.1, n.4, p.4.

[5] Apesar do pedido em contrário dum Padre que propunha mysterium, conservou-se a palavra sacramentum da Vulgata, cujo sentido é, aqui, evidentemente o de mistério salvífico da vontade divina. Cf. Modi, c. I, n.7, p.4.

[6] Nestas palavras ficam expressos um dos principais objetos da revelação, a sua finalidade e a economia da salvação.

[7] Cf. M. NICOLAU, De revelatione christiana (“Sacrae  Theologiae Summa”, Madrid 1962), n. 53.

[8] Cf. Schema c. I-VI (Oct. 1964), Relatio n.2, C. p. 9.

[9]  Cf. Schema c. I-VI (Oct. 1964), Relatio n.4, A, pp. 10-11; Relatio n.2, D, p.10.

[10] Cf. Schema c. I-VI (Oct. 1964), Relatio n.3, A, p.10; Modi c. I, n. 19, p. 6.

[11] Cf. Schema c. I-VI (Oct. 1964), Relatio n.3, A, p.10; Relatio super cc. I-II, ibid., p.10.

[12] Schema c. I-VI (Oct. 1964), Relatio n.3, B, p.10.

[13] Ibid., p. 10.

[14] Remetemo-nos ao que já publicamos sobre este argumento em De revelatione christiana, nn. 572-646.

[15] Cf. Relationes super Schema Constitutionis de divina revelatione, Relatio super cc. I et II a H. Florit (25 Sept. 1964), p.8.

[16] Epist. Ad Diognetum, 7,4: FUNK, Patres Apostolici, I, 403.

[17] Epist. Ad Diognetum 7, 4: FUNK, Patres Apostolici I, 403; MG 2, 1176.

[18] Cf. Schema c. I-VI  (Oct. 1964), Relatio n. 4, D, p.11, 2.

[19] Cf. Schema c. I-VI  (Oct. 1964), Relatio n. 4, E, p. 12.

[20] Cf. TERTULIANO, AdversusPraxeam I, 4-10: CSEL 47, 227 e s.; ML 2, 155 s.; KIRCH, Ench, fontium Hist. eccles., 218 bis.

[21] Cf. CONCILIUM TRIDENTINUM, sessio IV: D 783 (“…per suos Apostolos tamquam fontem omnis et salutares veritatis…”); e a condenação da proposição 28 dos modernistas: “Revelatio, obiectum fidei catholicae constituens, non fuit cum Apostolis completa”: D. 2021.

[22] Conc. Vat. I, Const. dogmática de fide catholica, Dei Filius cap. 3: Denz. 1789 (3008).

[23] Conc. Araus. II, can. 7: Denz. 180 (377); Conc. Vat. I, 1. c.: Denz. 1791 (3010).

[24] Cf. Schema c I-VI (oct. 1964), Relatio n.5, B,  p.12; Modi c. I, n. 31, pp. 9-10.

[25] Cf. Modi c. I. n. 31, p. 9.

[26] “Cum homo a Deo tamquam creatore et Domino suo totus dependeat et ratio create in creatae Veritati penitus subiectasit, plenum revelanti Deo intellectus et voluntatis obsequium fide praestaretenemur.” D 1787.

[27] Cf.Schema c. I-IV (Oct. 1964), Relatio n.5, B, p.12.

[28] Cf. Iac. 2, 19. Sobre a possibilidade e sentido desta fé científica temos de nos remeter ao que já publicamos em Psicologia e Pedagogia da fé², Madrid, 1963, n.133, 181, 190, 340.

[29] “Declarat praeterea, ipsius iustificationis exordium in adultis a Dei per Christum Iesum praeveniente gratia sumendum esse, hoc est, abeius vocatione, qua nullis eorum exsistentibus meritis vocantur, ut qui per peccata a Deo aversi erant, per eius excitantem atque adiuvantem gratiam ad convertendum se ad suam ipsorum iustificationem…”, CONCILIUM TRIDENTINUM, Decretum de iustificatione: D 797; CONCILIUM VATICANUM I: D 1791. Cf. Schema (iulli 1964), Relatio n. 5. C, p. 13.

[30] Schema c. I-VI (Oct. 1964), Relatio n. 5, C, p. 12; Modi c, I, n.33, p. 10.

[31] Modi, c. I, n. 34, p. 10.

[32] Cf. Schema (Iulii 1964), Relatio n. 5, C, p. 13; Schema c. I-VI (Oct. 1964), Relatio n. 5, C, p.13.

[33] Cf. Encíclica Divinumillud múnus: Acta SanctaeSedis 29 (1895-97) 654.

[34] 2.2, q. 8 e 9.

[35] Conc. Vat. I, Const. dogmática De fide catholica, Dei Filius cap. 2: Denz. 1786 (3005).

[36] Ibid., Denz. 1785 e 1786 (3004 e 3005).

[37] Constitutio dogmatica de fide catholica, c. 2; D 1785.

[38] Ibid., c. 2; D 1786.

[39] Para explicação da nomenclatura remetemo-nos ao nosso tratado De revelatione christiana, n. 92 s.

[40] Constitutio dogmática de fide catholica c. 2: D 1786.

[41] Acerca da necessidade moral da revelação sobrenatural para este conhecimento côngruo da religião natural, o concílio não formulou explicações sistemáticas. Cf. Schema (Iulii 1964), Relatio n. 6, B, p. 13. Os autores explicam-na com extensão nos tratados de teologia fundamental, v. gr. M. NICOLAU, De revelatione christiana nn. 76-89.

[42] Modi, c. I, n. 38, p. 11.

[43] Sobre a culpabilidade em não conhecê-lo veja-se Rom. 1, 18-27; e Sap. 13, 1 s.

 

FONTE


NICOLAU, Pe. Miguel. ESCRITURA E REVELAÇÃO SEGUNDO O CONCÍLIO VATICANO II. Texto e comentário da constituição dogmática “Dei Verbum”, pp.

  

PARA CITAR


NICOLAU, Pe. Miguel. Escritura e Revelação segundo o Concílio Vaticano II (Capítulo 1) <http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/concilio-vaticano-ii/revelacao/852-escritura-e-revelacao-segundo-o-concilio-vaticano-ii-capitulo-1> Desde 29/02/2016.

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