Sexta-feira, Maio 3, 2024

A intercessão dos santos na Igreja primitiva segundo Historiador Protestante JND Kelly

NOTA


Este texto foi retirado e traduzido do Livro “Early Christian Doctrines” do Autor e Historiador protestante JND Kelly. Ele serve entre outras coisas para o leitor honesto analisar e ter a certeza como uma das principais doutrinas da Igreja era crida desde os primódios do cristianismo. 

 

TEXTO


Um fenômeno de grande significância no período patrístico foi o surgimento e gradual desenvolvimento da veneração dos santos, mais particularmente da Santa virgem Maria. O afloramento completo e definições formais sancionando isso, pertencem a épocas posteriores, mas o seu início necessita de um breve tratamento.

No começo, em campo estava o culto dos mártires, os heróis da fé, os quais os cristãos criam estar na presença de Deus e em sua visão gloriosa.[1] Primeiramente tomou forma na preservação reverenciosa de suas relíquias e a celebração anual de seu ‘nascimento’[2]. A partir de então foi um pequeno passo para, uma vez que eles já estavam com Cristo na glória, pedir sua ajuda e orações, e já no terceiro século a evidência para a crença em seu poder de intercessão se acumulava.[3] Argumentando sobre isso Orígenes apela a comunhão dos santos, antecipando a visão[4] que a Igreja no céu ajuda a Igreja na terra com suas orações. Com a cessação da perseguição no início do século IV, o culto foi estendido para incluir, além dos mártires, outros cristãos (eg. Confessores, ascetas, virgens) que foram exemplos de santidade heroica. Em meados do mesmo século, de acordo com Cirilo de Jerusalém[5], os patriarcas e profetas, apóstolos e mártires eram comemorados na liturgia ‘para que por suas orações e intercessão Deus possa receber nossas suplicas’. Quando Deus castiga os homens, Crisóstomo lembra[6], eles devem apelar aos seus santos uma vez que eles têm acesso eficaz a Ele.  – mais eficaz do que quando eles estavam vivos, como Gregório Nazianzeno aponta.[7], porque eles estão mais perto Dele. No século seguinte Leão, O grade, no ocidente exorta[8] a confiança da Igreja nas orações e proteção dos santos, aos quais Deus apontou tanto como exemplo quanto como uma defesa para os cristãos.

Como se estabeleceu constantemente, a devoção prestada aos santos e suas relíquias não poderiam deixa de atrair a censura mordaz das críticas, dos pagãos (e.g Juliano o apostata) e também dos cristãos (Vigilâncio). Em defesa São Jerônimo argumenta[9], como outros cristãos desde Orígenes tinham feito, que se os apóstolos e mártires oraram por seus irmãos cristãos quando ainda estavam vivos, era natural crer que eles fariam isso tudo ainda mais agora que eles estão coroados com a glória celeste. Quando a distinção técnica entre latria devida a Deus e a dulia permitida aos santos estava apenas começando a emergir[10] na época patrística, o consistente ensinamento da Igreja, ecoado tanto pelos devotos de Policarpo[11] quando pelos teólogos como Agostinho[12] e Cirilo de Alexandria[13], era que enquanto os santos e mártires mereciam honra e devoção, somente Deus poderia ser adorado. Como Teodoreto expressava[14] , depois de listar os benefícios comumente obtidos dos martires, os cristãos não os invocavam como deuses, mas como homens de Deus que poderiam ser seus embaixadores e interceder por eles.

 

 NOTAS

[1] 1 Clemente5,4. Hermas 3,2,1; 9,28,3

[2] Mart. Policarpo 18, 2; Cf Cipriano Epistola 12, 2; 39, 3

[3] E.g Origem orat. 31, 5; Cryprian, ep. 60,5; também as escritas funerárias.

[4] Epistola in Iesu Nace homilia 16, 5; 6

[5] Catequeses 23, 9

[6] Adv. Judeus 8, 6

[7] Orat. 18, 4

[8] Serm. 85, 4.

[9] 3 Contra. Vigilancio. 6: cf. Origen, exhert. ad mart. 38.

[10] Para a distinção, veja Agostinho, perguntas em Hept. 2, 94,2 Cf. Cidade de deus 10, 1, 2. Faust. 20, 21

[11] Mart. Policarpo. 17, 3.

[12] Serm. 273. 7; Da verdadeira Religião 108.

[13] C. Iul. imp. 6 (PG 76, 812).

[14] Greer. affect., cur. 8, 63.-

 

FONTE


Retirado do livro livro Early Christian Douctrine Capitulo XVIII. Maria e os Santos.

 

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