Terça-feira, Dezembro 3, 2024

A Infiltração Reacionária do Livro de Taylor Marshall, “Infiltração”

Infiltration: The Plot to Destroy the Church from Within[1], por  Dr. Taylor Marshall, está estourando na Amazon:

É mero conspiracionismo reacionário católico radical reciclado: uma espécie de versão atualizada de The Great Façade[2] (2002; atualizada na 2ª edição em 2015: com o intuito de capitalizar sobre a histeria anti-Francisco), de Christopher Ferrara e Thomas Woods. Marshall tem afundado cada vez mais no abismo do pensamento reacionário há vários anos.

Irei examinar seus aspectos reacionários flagrantes e somente citando o livro (o que poderia ser chamado de “exposição sociológica de elementos extremistas”) e identificando exemplos claros e óbvios de três das quatro marcas clássicas das crenças católicas reacionárias radicais:

1) Ataque ao Papa (vou me limitar aos ataques aos papas, não apenas ao Papa Francisco).

2) Ataque ao Vaticano II.

3) Ataque à Forma Ordinária da Missa/ Missa Nova/”Novus Ordo”/Missa de Paulo VI

[o quarto elemento comum é o ataque ao ecumenismo, que também é seguramente um assunto forte no livro]

Eu apliquei este mesmo método de análise/exposição a várias das “declarações” contra o Papa Francisco e livros ou artigos que criticavam o Papa Francisco e também outros papas, o Vaticano II e a Missa Nova:[3]

“Nothing New”: Reactionary Attacks on Pope St. John Paul II[09.04.2005; com uma nota de rodapé relacionada que foi adicionada em 02.01.2018]

Peter Kwasniewski, Fr. Thomas Kocik and a Growing Chorus Disagree with Pope Benedict XVI Regarding the Ordinary Form of the Roman Rite Mass (Or, Reports of the Death of the Reform of the Reform are Greatly Exaggerated) [+ Parte Dois][24.02.2014]

Who’s Defending Pope Benedict’s Summorum Pontificum Now?Who’s Defending Pope Benedict’s Summorum Pontificum Now? [26.02.2014]

Michael Voris on Pope Benedict’s “Immoral” Resignation, Questionable Illness[15.12-2015]

Radical Reactionary Affinities in “Filial Correction” Signatories [28.09.2017]

Reactionary Influence: Correctio & June 2016 Criticism of the PopeReactionary Influence: Correctio & June 2016 Criticism of the Pope [03.10.2017; expandido em 24.01.2018]

Phil Lawler’s Lost Shepherd: My One-Star Amazon Review [26.02.2018]

 

Reactionaries Begin Savage Attacks on Pope Benedict [17.03.2018]

Negative Reactionary Views of Popes Since 1958[18.03.2018]

Debate on Ross Douthat’s Critical Views of Vatican II[26.03.2018]

Henry Sire of Dictator Pope Infamy: Reactionary Extremist [27.03.2018]

Superstition About the “Preserved” High Altar at Notre Dame (And Continued Cynical, Highly Selective, “Pick and Choose” Acceptance of the Teaching of Pope Benedict XVI)[17.04.2019]

 

Reactionary Signees of Easter “Heresy” Letter (13 of 19) [06.05.2019]

Ecclesiological Errors of “Easter Letter” Reactionaries Summed Up (That is, Ones Not Specifically Related to Pope Francis: Especially Vatican II as the Big Bad Wolf) [09.05.2019]

Em outras palavras, para resumir: “Não é apenas o Papa Francisco”. É um pensamento católico radical reacionário conspiratório/alarmista/fanático (em maior ou menor grau, dependendo do documento). É por isso que – cada vez mais – aqueles que atacam o Papa Francisco também são frequentemente observados atacando o Papa Bento XVI, o Papa São João Paulo II, o Papa São Paulo VI e o Papa São João XXIII (às vezes também o Papa Pio XII) e/ou o Vaticano II, e/ou a forma ordinária da Missa.

Ironicamente, Taylor Marshall – em 2013 – definiu “tradicionalistas radicais” quase exatamente da maneira que defino o grupo que cunhei como “reacionários católicos radicais” (que agora, infelizmente, inclui a si mesmo). Karl Keating escreveu um artigo chamado “Hyperbolic Traditionalists[4] no site Catholic Answers (01.09.2013). Ele faz referência a Taylor Marshall:

O blogueiro foi Taylor Marshall, e seu post no blog apareceu em 30 de julho. Ele listou nove atributos que ele achava distinguir os tradicionalistas radicais dos tradicionalistas regulares. . . .

Marshall identificou coisas que comumente são encontradas entre os tradicionalistas radicais: “a negação do holocausto judeu”, “a completa negação do Vaticano II como um Concílio válido”, “desdém pelo Papa João Paulo II e pelo Papa Francisco” e “a crença que os católicos da Missa em Latim são a ‘1a. Classe’ e os católicos do Novus Ordo são a ‘2a. Classe.’ ”

Esses atributos não correspondem a uma definição de tradicionalismo radical, mas são indicadores úteis.

Minha definição, há anos, é que o reacionário católico radical tem quatro marcas registradas (listadas não muito acima). Eu notei que o antissemitismo é frequentemente encontrado nesses círculos também (aqui está um exemplo notório tirado do Rorate Caeli), mas eu não o incluo como uma “marca registrada” virtualmente universal. A única outra diferença é que eu não incluo a negação da validade do Vaticano II em “ataque ao Vaticano II”. Quase todos os reacionários sustentam a validade do Concílio Vaticano II, a Missa Nova e os papas desde 1958, Porém eles atacam continuamente todos esses pontos.

Marshall lista três dos quatro acima. É quase como se ele estivesse lendo meus próprios materiais sobre o tópico (que remontam a edições que estão on-line desde 1997). Sabemos que ele leu e gostou de meus escritos porque ele mesmo o disse (veja a próxima seção). Portanto, se alguma vez conversamos diretamente sobre esses tópicos, ele sabe muito bem a minha posição acerca das minhas definições para os reacionários católicos. Ele passou a ocupar esta posição recentemente em 2013.

Hoje em dia ele próprio abraçou e se envolve em todas as quatro características. Ele se tornou aquilo que ele estava descrevendo na época, como um tradicionalista legítimo e convencional (muito próximo da minha própria posição atual que tenho mantido desde que me converti em 1990). Hoje ele é um reacionário católico radical. O que é muito triste. . .

***

Eu venho estudando e criticando o pensamento reacionário desde 1997 e escrevi dois livros sobre isso (um/dois) e tenho uma extensa página sobre o assunto.

Agora, antes de eu fazer minha crítica abaixo, deixe-me dizer que eu não conheço Taylor Marshall pessoalmente, mas eu recomendava o seu trabalho até recentemente (talvez tenhamos nos correspondido em algum momento; não me recordo), quando ele decidiu se tornar um reacionário. Antes era isso o que ele pensava acerca do meu trabalho:

O livro de Dave Armstrong, A Biblical Defense of Catholicism  (A Defesa Bíblica do Catolicismo), foi um dos primeiros livros de apologética católica que li quando estava explorando o catolicismo. Desde então, continuo apreciando como ele articula a fé católica por meio de seu blog e livros. Ainda visito o site dele quando preciso de uma ótima citação ou esclarecimento sobre qualquer coisa, desde sacramentos a sedevacantistas. Dave é um dos melhores entre os ciber-apologistas .

Esse “endosso” está publicado no meu Literary Resume”[5] há algum tempo (remonta, pelo menos, até 21 de agosto de 2010, de acordo com o Internet Archive).

Além disso, o Dr. Marshall agradeceu-me (entre muitos outros) pela minha “amizade e encorajamento ao longo do caminho” nos Agradecimentos do seu livro de 2009, The Crucified Rabbi [6]. Ele também colocou um longo anúncio na barra lateral de 15 livros meus que eu estava vendendo em seu site: pelo menos até 16 de julho de 2009.

Eu agradeço as palavras gentis. E, claro, nada disso é pessoal.

***

I. Ataque a Papas [além do Papa Francisco] no livro do Taylor Marshall, Infiltration

[a versão do ePub que estou utilizando não contém as página numeradas, mas todos elas podem ser encontradas com uma pesquisa de palavras em uma das versões do e-book; todas as palavras abaixo em azul são do livro (parágrafos espaçados indicam citações separadas). Minhas críticas e citações de outros estarão em preto.

***

Venerável Papa Pio XII

Infelizmente, a segunda metade do pontificado de Pio XII não é tão brilhante quanto a primeira metade. Em 1948, Pio XII nomeou o polêmico padre Annibale Bugnini para a Comissão de Reforma Litúrgica.

Infelizmente, o Papa Pio XII imprudentemente escolheu o Padre Annibale Bugnini para realizar uma “restauração” de algo que nunca existiu anteriormente.

É difícil entender por que o Papa Pio XII abrandou em seus últimos anos e como ele foi ostensivamente manipulado pelas preferências do Padre Bugnini. Seus amigos e conhecidos notaram uma mudança drástica em sua personalidade a partir de 1954,. . .

Desde 1946, o Papa Pio XII caiu sob a influência de seu escolhido confessor e diretor espiritual, Cardeal Agostinho Bea, S.J. . . O Cardeal Bea se revelaria um modernista.

Papa S. João XXIII

Ele se revelou como um dos papas mais revolucionários da história católica.

O Papa João XXIII duvidava das palavras dos três pastorzinhos [de Fátima].

Definitivamente não; ele estava se referindo à Igreja com relação às aparições marianas e estava simplesmente afirmando neste caso que a Igreja não pode endossar formalmente revelações privadas: uma noção totalmente incontroversa. Veja, “Revelações Privadas” na Enciclopédia Católica (1912): “Quando a Igreja aprova revelações privadas, ela declara apenas que não há nada nelas que seja contrário à fé ou à boa moral. . . nenhuma obrigação é imposta aos fiéis para que acreditem nelas ”.

Havia apenas três videntes católicos contemporâneos reconhecidos no tempo do Papa João XXIII: as três crianças de Fátima. O Papa João os tinha em mente quando condenou os “profetas da desgraça”?

Na verdade, parece que Ratzinger acabou se tornando um dos “profetas da desgraça” que João XXIII nos alertou em seu espírito de otimismo.

Papa S. Paulo VI

A maioria concorda que. . . o pontificado de Paulo VI trouxe uma confusão monumental à Igreja Católica.

O ansioso entusiasmo do Papa Paulo VI pelo ecumenismo está enraizado neste documento [Nostra aetate] que pressupõe que as falsas religiões podem elevar a alma para a “libertação perfeita”, “suprema iluminação” e “a cujos decretos, mesmo ocultos, procuram submeter-se de todo o coração”. Os Papas Leão XIII e São Pio X não teriam concordado com estas afirmações teológicas,. . . seu pensamento se conformava aos objetivos maçônicos. . .

O Dr. Marshall citou mal e deturpou o documento conciliar e insensatamente coloca os papas anteriores contra o mesmo. Não se está pressupondo que tudo o que se menciona em relação a outras religiões seja verdade. Desta forma, quando se menciona “libertação perfeita” e “iluminação suprema”, estava se descrevendo o que os budistas acreditam sobre sua própria religião: não o que os católicos pensam. Isto é como São Paulo evangelizando os atenienses: “Homens de Ate­nas, em tudo vos vejo muitíssimo religiosos. Percorrendo a cidade e considerando os monumentos de vosso culto, encontrei também um altar com esta inscrição: A um Deus desconhecido. O que adorais sem o conhecer, eu vo-lo anuncio!” (Atos 17, 22-23).

Da mesma forma, o documento se refere aos muçulmanos, que “a cujos decretos, mesmo ocultos, procuram submeter-se de todo o coração”. Em outras palavras, o muçulmano observante procura se submeter ao que ele crê que Deus (Allah em sua concepção) lhes diz para fazer. Não segue de forma alguma que o documento conciliar católico concorde com todo o jota e til (o que seria indiferentismo). Tal visão é ridícula, mas é o padrão das banalidades “antiecumências” reacionárias. A Nostra aetate deixa bem claro na mesma seção em que discutiu o budismo, que o catolicismo permanece a “plenitude” da verdade religiosa:

A Igreja católica nada rejeita do que nessas religiões existe de verdadeiro e santo. Olha com sincero respeito esses modos de agir e viver, esses preceitos e doutrinas que, embora se afastem em muitos pontos daqueles que ela própria segue e propõe, todavia, refletem não raramente um raio da verdade que ilumina todos os homens. No entanto, ela anuncia, e tem mesmo obrigação de anunciar incessantemente Cristo, “caminho, verdade e vida” (Jo. 14,6), em quem os homens encontram a plenitude da vida religiosa e no qual Deus reconciliou consigo todas as coisas.

Assim, a Nostra aetate não fez outra coisa senão o que São Paulo fez com os atenienses: reconheceu os aspectos verdadeiros sem negar falsas crenças e proclamou a plenitude da revelação e teologia cristãs. Para saber mais sobre o ensinamento conciliar amplamente mal compreendido sobre o Islã, veja meu artigo, Does Catholicism Equate Allah & Yahweh?[7].

Bugnini foi o principal arquiteto da Missa Novus Ordo, publicada em 1969 e 1970, e cobriremos completamente a influência dele sobre Pio XII e Paulo VI nas próximas páginas. Basta aqui afirmar que Bugnini era um padre infiltrado e um maçom.

É difícil entender como o Papa Paulo VI lamentaria a infiltração demoníaca da Igreja enquanto promovia reformas que a encorajavam:. . .

As mudanças litúrgicas, teológicas e filosóficas do. . . Papa Paulo VI foi prejudicial aos leigos.

O autor Roger Peyrefitte. . . escreveu dois livros em que afirmou que Montini/Paulo VI mantinha um longo relacionamento homossexual com um ator italiano. O boato do relacionamento homossexual secreto de Paulo VI foi divulgado na imprensa francesa e italiana. O suposto parceiro homossexual de Paulo VI era o ator italiano Paolo Carlini,. .

A teoria conspiratória “Paulo VI era sodomita” tem sido usada em muitos livros e sites reacionários. Ao incluí-la, Dr. Marshall “prova” aos reacionários que ele é definitivamente um deles. É preciso muita arrogância e ousadia, na verdade, para acusar um papa que é um santo – o mesmo que escreveu heroicamente a magnífica afirmação da tradição em Humanae Vitae – de sodomia duradoura com um amante secreto. Até mesmo o mencionar dessa imundície é uma desgraça e um ultraje.

Enquanto isso, três clérigos exerceram imensa influência sobre os moribundos Pio XII: Bugnini, Montini [Paulo VI] e o jesuíta alemão Augustinho Bea. Esses três cripto-modernistas usaram os últimos três anos do pontificado para forjar um novo estilo de papa, um novo concílio e uma nova liturgia.

Montini tinha um lado sombrio, como demonstrado por sua amizade com Saul Alinsky.

Alinsky escreveu para um amigo da seguinte forma: “Não, eu não sei quem será o próximo Papa, mas se vier a ser Montini, as bebidas serão por minha conta por muitos anos”. Em outras palavras, o autor do livro Rules for Radicals (Regras para os Radicais) não poderia pensar em um melhor papa “radical” do que Montini. Mas Montini não foi o único cardeal radical minando os dias finais do enfermo Papa Pio XII.

Papa S. João Paulo II

Em 28 de outubro de 1986, João Paulo II anunciou e acolheu o Dia Mundial de Oração pela Paz em Assis. . . . Esta foi a primeira vez que um papa rezou com membros de outras religiões e deteve-se com eles em pé de igualdade.

Porém isso é uma distorção do que realmente aconteceu. Aqui está um relato de quem ajudou a planejar este encontro e que estava presente (William F. Murphy):

Como um cristão, cuja oração é “por Jesus Cristo”, reza com aqueles que não reconhecem a Cristo como senhor e salvador? Como um judeu reza com aqueles que não pertencem à aliança do povo escolhido? O que dizer dos budistas e a forma como praticam oração? . .

O próprio papa resolveu esse grande problema. Ciente das objeções de cristãos e não-cristãos, o Papa João Paulo II expressou pela primeira vez sua compreensão da legitimidade das objeções. Então ele ofereceu uma fórmula que provou ser de grande ajuda para esclarecer o que era e o que não era pretendido pela oração pela paz. O Papa propôs que não estávamos reunindo “para rezarmos juntos”, mas estávamos nos reunindo “para estarmos juntos para rezar”. A oração a ser feita não seria nem sincretista nem reducionista. Cada grupo ou delegação ofereceria a oração de acordo e refletindo sua tradição particular de oração. Somente os adeptos de cada grupo religioso estariam ativamente envolvidos em suas respectivas orações. . . .

Os líderes religiosos, com membros de sua própria fé, dispersaram-se para selecionar locais em Assis para rezar e refletir de acordo com sua tradição. . . . Assis é tão rica em lugares bonitos para encontros que foi fácil encontrar locais apropriados para cada grupo religioso.

Os cristãos reuniram-se na igreja catedral da diocese de Assis. Lá o Papa, ladeado pelo representante do Patriarca Ecumênico de Constantinopla e pelo Arcebispo Robert Runcie de Cantuária, liderou um serviço de oração, hinos e reflexão. (“Remembering Assisi After 20 Years”[8], America, 23.10.2006)

O escritor católico Mark Shea escreveu sobre o segundo encontro ecumênico em Assis (1993), em 2002 (um artigo que eu compilei e postei no meu blog):

Durante os anos 40, é claro, os judeus foram alojados em instalações católicas, incluindo o Vaticano. Eles foram autorizados a rezar lá. Foi também uma traição chocante da singularidade da fé e uma capitulação ao indiferentismo? Se não, por que não? Se os judeus podem fazer suas orações na propriedade da Igreja sem que isso signifique “nós estamos na verdade dizendo a mesma coisa”, por que os delegados não podem em Assis? – especialmente depois que o Papa explicitamente e repetidamente diz: “Nós não estamos rezando juntos e não estamos na verdade dizendo a mesma coisa”. O que é tão mágico sobre estar na propriedade da Igreja depois de um aviso como esse?

Eu ainda estou com dificuldade para descobrir o problema real. É, eu também. . .

O próprio artigo no New York Times (28.10.1986) que o Dr. Marshall cita (nota de rodapé 128) em relação a outro “escândalo” que ele relata (veja a próxima seção) confirma que a oração em conjunto não aconteceu:

Espalhados entre igrejas românicas, capelas barrocas e palácios medievais, os participantes formaram 12 grupos nesta manhã para que cada fé pudesse rezar separadamente. . . .

Em nenhum momento todos os participantes rezaram juntos. Em vez disso, o Papa cunhou a frase “estarmos junto para rezar”, para descrever como eles estavam aqui reunidos enquanto adoravam separadamente.

Ao acolher os líderes religiosos esta manhã, João Paulo II disse: “O fato de termos chegado aqui não implica qualquer intenção de buscar um consenso religioso entre nós ou de negociar nossas convicções de fé”.

O mais escandaloso de tudo foi que a delegação budista tibetana liderada pelo Dalai Lama foi autorizada a colocar um ídolo de Buda em cima de um tabernáculo católico na Capela de San Pietro, conforme relatado pelo New York Times. Para este ídolo eles queimaram incenso dentro de uma igreja católica com permissão do papa.

. . . João Paulo II está participando e incentivando a idolatria pagã em uma basílica católica. . .

O ato em si foi fundamentado pelo mesmo artigo acima:

Os budistas, liderados pelo Dalai Lama, rapidamente transformaram o altar da Igreja de San Pietro, ao colocarem uma pequena imagem de Buda no topo do tabernáculo, pergaminhos de oração e queimadores de incenso ao seu redor.

Mas o artigo não confirma que o Papa São João Paulo II lhes deu “permissão” para fazer tal coisa. Nem o Dr. Marshall fornece qualquer evidência documentada de que  tal foi concedido. Tom Nash, escrevendo no site Catholic Answers (14.04.2017), explicou: “o ato de colocar foi feito uma só vez pelos budistas em 1986, que não perceberam a impropriedade do gesto, que eles não repetiram”. Tanto quanto podemos dizer isso não foi autorizado pelo Papa João Paulo II ou qualquer outra autoridade católica.

Afirmar que ele fez isso, e sem qualquer prova ou evidência, é altamente irresponsável, para dizer o mínimo. Agora, eu passei um bom tempo examinando muitos artigos sobre o incidente (quase todos por reacionários) e não encontro qualquer prova de que o papa autorizou isso. Até que tal prova seja produzida, eu considero antiético acusar um papa-santo de sancionar um ultraje como este. Isso é acreditar no pior de alguém, não no melhor, como nos é ensinado na Bíblia.

Dr. Marshall (novamente não fornecendo nenhuma prova cabal), escreveu sobre este incidente em sua conta no Twitter, em março de 2019:

Em 1986, um papa válido permitiu que o Dalai Lama colocasse uma imagem de Buda em cima de um tabernáculo católico na Basílica de Assis. Isso é uma bagunça. Lefebvre estava agindo em estado de emergência eclesiástica.

A imagem de Buda do Dalai Lama no tabernáculo foi relatado pelo New York Times em detalhes. Eu apresento o relato completo com mais detalhes em meu novo livro “Infiltration: The Plot to Destroy Catholicism from Within”.

O próprio Lefebvre denunciou que em Assis, em 1986, que JP2 permitiu que o Dalai Lama prestasse culto sobre um altar em uma Igreja Católica, mas que não permite a SSPX. Lefebvre achava que o JP2 tinha um duplo padrão contra aqueles que desejavam a Missa antiga. Por que o Dalai Lama obtém acesso livre ao altar, mas não os tradicionalistas?

É assim que os dois eventos estão relacionados e Lefebvre explicitamente conectou os dois eventos quando ele consagrou os quatro bispos em 1988.

Pelo menos no relato de Lefebvre, os dois eventos estavam diretamente relacionados e são paralelos: “Se o papa diz que o Dalai Lama pode usar um altar, mas o padre da missa em latim não pode, então não podemos confiar no Papa sobre este assunto”.

Sim, João Paulo II permitiu que Dalai Lama colocasse a imagem de Buda SOBRE um tabernáculo em Assis em 1986. É um sacrilégio e levou Lefebvre a tomar sua decisão em 1988

[alguém forneceu a explicação que coloquei acima]

Então, quando o JP2 ofereceu uma capela e um altar ao Dalai Lama para usar para culto, ele de alguma forma presumiu que o Dalai Lama iria celebrar uma Missa lá? Sério? O que mais um budista faria?

Seu pontificado está claramente em conflito. . . os maçons procuraram criar (a partir de meados do século XIX) um clima entre os jovens, os seminaristas e os sacerdotes jovens que cresceram respirando o ar do ecumenismo, da indiferença aos desacordos religiosos e de uma missão voltada para a fraternidade mundial. João Paulo II é o primeiro papa que se movimentou livremente nesses ideais. . . Ele bebeu profundamente do Vaticano II, mas ainda manteve a piedade de um católico.

Alguns estão convencidos de que João Paulo II não era quem pensávamos que ele fosse.

Além disso, o Dr. Marshall escreveu em sua conta no Twitter em 31 de janeiro de 2019: “Precisamos admitir que os pontificados de Paulo VI e João Paulo II tinham problemas profundos”.

Em seu vídeo, “Pope Benedict’s Resignation: An Analysis” (13.02.2019), o Dr. Marshall fala sobre o Papa João Paulo, o Grande:

Eu quero ser capaz de dizer, ‘oh João Paulo II estava galvanizando uma [tendência ou norma] mais conservadora, mas talvez não estivesse, e isso é apenas parte da difícil pílula vermelha [do filme Matrix] de João Paulo II e Ratzinger; e talvez toda essa crise seja para que a gente simplesmente acorde e diga “ah, meu Deus!”: tem sido ruim desde os anos 60, ou tem sido ruim desde os anos 40, ou. . . tem sido ruim desde o século XIX, em Roma. (No video: 38: 58-39:30)

Papa Bento XVI.

Por que o Papa Bento XVI renunciou ao papado em 28 de fevereiro de 2013?

Por que deveria ser um mistério e ser usado como lenha para mais conspirações, quando ele mesmo explicou exatamente o por quê? Por que isso não é bom o suficiente? Ele está mentindo? Ele escreveu em sua carta de renúncia:

“Após ter examinado perante Deus reiteradamente minha consciência, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério Petrino. … para conduzir a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que eis de reconhecer minha incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado.”

Caso encerrado. Um papa reverenciado esclareceu sua própria situação pessoal. Não precisamos invocar os maçons, a máfia, os dissidentes da Igreja ou algum outro esquema nefasto ou conspiratório (como sendo “imoral” e “abandonar o rebanho aos lobos”: como afirmou o colega reacionário de Dr. Marshall, Michael Voris, em um de seus inúmeros vídeos).

O Dr. Marshall, sem dar a mínima à própria explicação do Papa Emérito, sugeriu o verdadeiro motivo na descrição de um de seus podcasts: “O arcebispo Viganò [denunciou] o Banco do Vaticano em 2009-2010 e. . . precipitou a renúncia de Bento XVI em 2013.”

E por que um raio atingiu o Vaticano naquela mesma noite [que o Papa Bento XVI renunciou]?

*

É muito difícil provar uma conspiração ou uma intervenção divina espetacular e um suposto “sinal” (por meio de um raio) sobre os acontecimentos no Vaticano. Então, por que não se ater a explicações naturais? De acordo com um especialista em queda de raios em edifícios, a Basílica de São Pedro é “uma estrutura extremamente grande. . . . ela certamente se eleva sobre os arredores, o que significa que os raios são mais propensos a atingi-la do que qualquer um dos prédios ao redor. ”

*

O autor deste artigo da BBC acrescentou: “Assim, parece que, dada a natureza de São Pedro como um edifício, e as condições meteorológicas em torno de Roma naquele dia, a probabilidade da Basílica ser atingida era de fato bastante alta”. (“What is the chance of lightning striking St Peter’s?”, 02.03.2013)

*

Chegamos a um triste estado de coisas quando um artigo secular da BBC faz muito mais sentido do que um instruído católico, às vezes apologista com um Ph.D., que prefere sugerir um milagroso relâmpago e um sinal do Deus Todo-Poderoso em Roma porque um papa renunciou (o que não é sem precedentes), ao invés de uma simples explicação natural e bastante plausível. Isso me lembra dos absurdos e supersticiosos discursos vazios sobre o altar moderno versus o altar-mor medieval em Notre-Dame depois do incêndio lá ocorrido, sobre o qual eu escrevi. Coisas como esta fazem dos católicos um motivo de riso para o mundo que os assiste.

*

Há uma aparente ruptura entre os recentes papados e os papados e concílios anteriores. . .

*

Em seu vídeo, “Pope Benedict’s Resignation: An Analysis”  (13.02.2019), Dr. Marshall fornece sua opinião conclusiva sobre o Papa Bento XVI, e não é uma visão bonita:

Quanto mais tempo eu sou católico, quanto mais eu me distancio do pontificado do Papa Bento XVI, mais eu me preocupo. . . Estou preocupado com isso, que a apreciação e a afeição de Bento XVI – de Ratzinger – pela “tradição” [gestos com as mãos fazendo aspas] ou pelo tradicionalismo, é mais estético, isto é, está mais na beleza e no sentimento do que na verdadeira doutrina/dogma. (a partir de 7:37 até 8:08)

Isso reforça o que venho dizendo há seis anos: os tradicionalistas e os reacionários mais extremistas, como Taylor Marshall, estão se voltando cada vez mais contra o Papa Bento (e papas desde 1958) com o passar do tempo. Eles costumavam amá-lo. Ele era querido deles; ele era o dengo deles. Mas aí ele renunciou. Agora (depois de anos de crescente amargura e ressentimento) ele está sendo acusado de não ser doutrinariamente ortodoxo: é assim que interpreto esse porão.

Então, é claro, que Taylor – com todos os 13 anos de experiência como católico (ele se converteu em 2006) – é mais esperto que o papa/mais católico do que o papa. Ele conhece teologia; o Papa Bento não conhece e simplesmente – entende?- gosta dos “aromas e campânulas”, do estar voltado para o altar, do latim e dos paramentos requintados. Esse tipo de retórica flatulenta é arrogante além da compreensão. E as pessoas que dizem isso parecem não ter a menor compreensão disso. É tão natural quanto respirar para eles, tratar um papa (e um teólogo muito brilhante como este) de uma maneira condescendente e paternalista.

II. Ataque ao Vaticano II

A maioria concorda que o Concílio Vaticano II. . . trouxe uma confusão monumental para a Igreja Católica

Nada vinculativo veio do Vaticano II. . . . Por um milagre divino, o papa do Vaticano II ensinou que o Vaticano II não continha nenhum dogma extraordinário e não carregava a marca da infalibilidade – o que significa que os documentos do Vaticano II são falíveis e podem conter erros. Ao contrário dos vinte concílios ecumênicos anteriores, o papa colocou um asterisco ao lado do Vaticano II.

Isso é pura tolice (embora seja padrão, texto reacionário comum). O Papa Bento XVI explicou por que a razão disso, quando ainda era Cardeal Ratzinger:

Deve-se afirmar que o Vaticano II é sustentado pela mesma autoridade que sustenta o Vaticano I e o Concílio de Trento, a saber, o Papa e o Colégio dos Bispos em comunhão com ele…Também com respeito ao seu conteúdo, o Vaticano II está na mais estreita continuidade com ambos os concílios anteriores e incorpora os seus textos palavra por palavra nos pontos decisivos…

Quem aceita o Vaticano II, como ele claramente se expressou e se entendeu a si mesmo, ao mesmo tempo aceita a inteira tradição da Igreja Católica, particularmente, os dois concílios anteriores […] Da mesma forma é impossível decidir a favor de Trento e do Vaticano I mas contra o Vaticano IIQuem quer que negue o Vaticano II nega a autoridade que sustenta os outros concílios e os separa dos seus fundamentosIsto se aplica ao assim chamado ‘tradicionalismo’ […] Uma escolha partidária destrói o todo, a própria história da Igreja, que só pode existir como uma unidade indivisível

Defender hoje a tradição verdadeira da Igreja, significa defender o Concílio. É também nossa culpa se alguma vez demos pré-texto para pensar que o Concílio Vaticano II tenha sido um ruptura, uma fratura, um abandono da tradição. É ao hoje da Igreja que devemos permanecer fiéis, não ao ontem, nem ao amanhã, e esse hoje da Igreja são os documentos o Concílio Vaticano II em sua autenticidade, sem reservas que os amputem. E sem arbítrios que os desfigurem…

Não vejo futuro para uma posição que, por princípio, teimosamente renuncie ao Vaticano II. De fato, em si, é uma posição ilógica. O ponto de partida para essa tendência é, de fato, a mais estrita fidelidade ao ensinamento, particularmente de Pio IX e Pio X e, ainda mais fundamentalmente, do Vaticano I e sua definição de primazia papal. Mas por que só aparece Pio XII e não além? Talvez, a obediência à Santa Sé seja divisível de acordo com anos ou de acordo com a proximidade de um ensinamento às próprias convicções já estabelecidas?” (A fé em crise? o Cardeal Ratzinger se interroga. Editora E.P.U., 1985)

O otimismo ingênuo do Vaticano II. . .

As mudanças litúrgicas, teológicas e filosóficas do Vaticano II. . . foram prejudiciais para os leigos.

. . as tendências modernizadoras e liberalizadoras em doutrina, política e liturgia do Vaticano II.

Maritain propôs uma “nova forma” da cristandade, enraizada em seu pluralismo filosófico, político e religioso. Em resumo, foi um protótipo para os ideais e os objetivos do Vaticano II.

Os engenheiros do Vaticano II foram Karl Rahner, Edward Schillebeeckx, Hans Küng, Henri de Lubac e Yves Congar. Todos os cinco homens foram mantidos sob a supeita de serem modernistas sob Pio XII. Karl Rahner, S.J. teve uma influência maior do que qualquer outro na teologia do Vaticano II – tanto que se poderia dizer que o Vaticano II é simplesmente rahnerianismo.

Rahner foi encarregado de reenquadrar a doutrina da Igreja para os tempos modernos, e o resultado foi o documento rahneriano Lumen gentium. Rahner introduziu uma nova eclesiologia na qual a Igreja de Cristo não é a Igreja Católica, mas “subsiste na Igreja Católica”. Isso parece contradizer o ensinamento do Papa Pio XII em sua encíclica Mystici Corporis, de 1943. . .

A mais pura bobagem. Eu cito o artigo da Wikipedia, “Subsistit in”:

Segundo alguns, dizer que a Igreja de Cristo “subsiste” na Igreja Católica introduz uma distinção entre a Igreja de Cristo e a Igreja Católica. O ensinamento católico tradicionalmente, até então, afirmava inequivocamente que “o Corpo Místico de Cristo e a Igreja Católica Romana são uma e a mesma coisa”, como o Papa Pio XII expressou em sua encíclica Humani generis de 1950, 27). O ensinamento do Papa Pio XII sobre a identidade do Corpo Místico e da Igreja Católica em Mystici corporis era solene, teologicamente integrado, mas não novo.

Uma suposta reversão de Mystici corporis pelo Concílio Ecumênico, que incorporou virtualmente todos os ensinamentos de Pio XII em mais de 250 referências sem ressalvas, não teria sido apenas uma rejeição de um importante ensinamento do falecido Pontífice. Isso teria levantado sérias questões sobre a confiabilidade e a natureza dos ensinamentos papais sobre tópicos essenciais como a Igreja. Teria também constituído um grande ataque aos ensinos encíclicos mais recentes do então Papa Paulo VI, que acabara de publicar sua encíclica inaugural Ecclesiam suam, sobre “A Igreja”. Paulo VI citou Mystici corporis de Pio XII textualmente:. . .

Portanto, a Igreja declara que a frase “subsiste em” do Vaticano II não enfraquece a maneira precedente de expressar a identidade da “Igreja de Cristo” e da “Igreja Católica”, uma vez que, como João XXIII disse quando abriu o Vaticano II “O XXI Concílio Ecumênico … quer transmitir pura e íntegra a doutrina, sem atenuações nem subterfúgios” (discurso de 11 de outubro de 1962).

O Papa Paulo VI ao promulgar a Constituição, disse o mesmo.

“E melhor comentário afigura-se-Nos não poder fazer-se do que dizendo que esta promulgação verdadeiramente não muda coisa alguma na doutrina tradicional. Aquilo que Cristo quis, queremo-lo também nós. O que estava, fica. O que a Igreja por séculos ensinou, ensinamo-lo igualmente. (Discurso do Papa Paulo VI na Clausura da Terceira Sessão do Concílio Ecumênico Vaticano II, em 21.11.1964).

O Concílio ensina que Cristo “estabelece… sobre a terra” uma única Igreja “como um todo visível… constituída e organizada neste mundo como sociedade,”, uma Igreja que tem “uma estrutura social” que “serve ao Espírito de Cristo” de uma maneira um tanto semelhante a como “a natureza assumida serve ao Verbo divino de instrumento vivo de salvação”. É esta concreta e visível Igreja organizada, dotada de uma estrutura social, que o Concílio diz que “subsiste na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em união com ele ”[9]. [Lumen gentium, 8]

Em um outro documento promulgado no mesmo dia (21 de novembro de 1964) da Lumen gentium, o Concílio de fato se referia à “Santa Igreja Católica, que é o Corpo Místico de Cristo” (Decreto Orientalium ecclesiarum, 2). Aqui é usada a expressão convencional tradicional “é”, cuja clareza pode ser usada para interpretar a ambigüidade potencial da outra frase.[10]

É também para a Igreja Católica, e não para alguma suposta “Igreja de Cristo” distinta, que foi confiada “a plenitude de graça e verdade”. As Igrejas e Comunidades separadas não estão despojadas de sentido, pois o Espírito de Cristo não recusa servir-se delas como meios de salvação (Unitatis redintegratio, 3), mas não é dito que a Igreja de Cristo subsista.

De fato, o Concílio combinou os dois termos “Igreja de Cristo” e “Igreja Católica” em um único termo, “Igreja Católica de Cristo” em seu Decreto sobre o Ecumenismo, promulgado ao mesmo tempo que sua Constituição sobre a Igreja. [Unitatis redintegratio, 3]

Rahner … até postula que Cristo é aquele que é salvo: “Nós somos salvos porque esse homem, que é um de nós, foi salvo por Deus,…” Infelizmente, essa teologia frágil é o pano de fundo do Vaticano II e da Lumen gentium.

Concordo que essa teologia de Karl Rahner seja frágil, na verdade, blasfema. Eu discordo que é seja o “pano de fundo” e ainda posso explicar tanto a Lumen gentium quanto a teologia ortodoxa do Vaticano II. À semelhança da maioria das pessoas que não têm como justificar algo, mas fazem apenas insinuações e fofocas vazias e polêmicas, Dr. Marshall não nos mostra exatamente por que ele aceita essas supostas conexões, ou por que se deva dar crédito a sua avaliação. Ele simplesmente afirma uma coisa escandalosa e, em seguida, avança ainda mais rapidamente para um conspiracionismo, que parece compor a maior parte (talvez até mesmo a própria essência) deste livro estranho.

Católicos devotos frequentemente defendem o Vaticano II dizendo que ele foi “sequestrado”, e esse é certamente o caso, mas a questão é quando e por quem. Como ficará claro, o Papa João XXIII e seus diletos Bugnini, Bea e Montini [Papa Paulo VI], já haviam estabelecido a agenda otimista da nova ordem, ou do novus ordo.

Enquanto ele [o Papa João Paulo II] apoiou as reformas do Concílio Vaticano II, ele era geralmente considerado como doutrinariamente conservador, …

Como se “aderente ao Vaticano II” fosse supostamente o mesmo que não ser doutrinariamente conservador (como se houvesse algum conflito inerente)…

…a tendência modernista desde o final dos anos 50…

Por que não confessar que o espírito do Vaticano II não é outro senão o Espírito Santo? O modernista realmente acredita que a nova liturgia, o novo código do direito canônico, a nova teologia e os novos papas são superiores aos dos últimos mil e novecentos anos. Por que não se alegrar de viver na era do novo Pentecostes? Os católicos mais sérios e informados não podem engolir essa pílula. O catolicismo é uma religião perene e, por sua natureza, não pode mudar ou se contradizer.

…. os problemas da infiltração, Modernismo, Vaticano II, …

… a efeminação da liturgia e doutrina pós-conciliar,… caos eclesial.

Há padres e leigos tradicionais que se inscrevem na posição de “reconhecer e resistir”, participando da Missa em Latim de 1962 em paróquias diocesanas ou em paróquias servidas pela Fraternidade Sacerdotal de São Pedro, o Instituto de Cristo Rei ou outros órgãos canonicamente aprovados. Nesses círculos, há discussões francas e debates sobre problemas com certas frases ou documentos do Concílio Vaticano II e subsequentes declarações papais.

A posição de “reconhecer e resistir” remonta aos anos 1960 nas pessoas do Cardeal Ottaviani e do Arcebispo Lefebvre. Eles e outros reconheceram que o papa e os bispos de seu tempo eram válidos, mas que haviam cometido erros em vários tópicos. … Esta posição de “reconhecer e resistir” aplica-se também ao Vaticano II. … Como o Vaticano II não carregava a marca da infalibilidade ou do magistério extraordinário, um católico podia afirmar sem incorrer em irreverência que o Concílio podia conter erros.

A Igreja Católica foi infiltrada até o topo.

Ele convocou o Concílio Vaticano II para a sessão em 1962, abrindo a Igreja para mudanças dramáticas, porém o pontífice permaneceu conservador em termos de doutrina.

Infelizmente, este é um entendimento sub-católico, meio de esquerda, dissidente, de “católico sem noção”[11] ou católico “de prateleira de supermercado”[12] sobre a autoridade conciliar. Mons. Fernando Ocariz Braña, atual Prelado da Opus Dei, nos oferece uma visão ortodoxa e totalmente católica, em seu artigo “On Adhesion to the Second Vatican Council” [13] (L’Osservatore Romano, 02.12.2011; reimpresso pela Catholic Culture):

Não é inútil recordar que a motivação pastoral do Concílio não significa que não tenha sido doutrinal, já que toda atividade pastoral é necessariamente baseada em doutrina. Mas, acima de tudo, é importante enfatizar que, precisamente porque a doutrina é voltada para a salvação, o ensino da doutrina é parte integrante de todo trabalho pastoral. Além disso, dentro dos Documentos do Concílio é óbvio que existem muitos ensinamentos estritamente doutrinários: sobre a Revelação Divina, sobre a Igreja, etc. Como o Beato João Paulo II escreveu: “Com a ajuda de Deus, os Padres conciliares puderam elaborar, em quatro anos de trabalho, um conjunto considerável de exposições doutrinais e de diretrizes pastorais oferecidas a toda a Igreja.”(Constituição Apostólica Fidei Depositum, 11 de outubro de 1992, Introdução).

Assentimento Devido ao Magistério

O Concílio Vaticano II não definiu nenhum dogma, no sentido de que não propunha nenhuma doutrina com um ato definitivo. No entanto, mesmo que o Magistério proponha um ensinamento sem invocar diretamente o carisma da infalibilidade, não se segue que tal ensino deva ser considerado “falível” – no sentido de que o que é proposto é de alguma forma uma “doutrina provisória” ou apenas uma “opinião digna de fé”. Toda expressão autêntica do Magistério deve ser recebida pelo que realmente é: um ensinamento dado pelos Pastores que, na sucessão apostólica, falam com o “carisma da verdade” (Dei Verbum, n. 8), “dotados da autoridade de Cristo ”(Lumen Gentium, 25),“ sob luz do Espírito Santo ”(ibid.).

Esse carisma, essa autoridade e essa luz estavam certamente presentes no Concílio Vaticano II; negar isto a todo o episcopado reunido para ensinar à Igreja universal cum Petro e sub Petro seria negar algo da própria essência da Igreja (cf. Congregação para a Doutrina da Fé, Declaração Mysterium Ecclesiae, 24 de junho de 1973).

Naturalmente, nem todas as afirmações contidas nos documentos conciliares têm o mesmo valor doutrinário e, portanto, nem todas exigem o mesmo grau de assentimento. …

Essas afirmações do Concílio Vaticano II, que remetem às verdades da fé, naturalmente requerem o assentimento da fé teológica, não porque foram ensinadas por este Concílio, mas porque já foram ensinadas infalivelmente como tal pela Igreja, seja por um julgamento solene ou pelo magistérios ordinário e universal. Assim também é necessário um assentimento pleno e definitivo para as outras doutrinas estabelecidas pelo Concílio Vaticano II, e que já foram propostas por um ato definitivo prévio do Magistério.

Os outros ensinamentos doutrinários do Concílio exigem dos fiéis um grau de assentimento chamado “submissão religiosa da vontade e do intelecto”. …

Uma série de inovações de natureza doutrinal pode ser encontrada nos documentos do Concílio Vaticano II: sobre a natureza sacramental do episcopado, sobre a colegialidade episcopal, sobre a liberdade religiosa, etc. Estas inovações em questões relativas à fé ou moral, não propostas com um ato definitivo, ainda requerem submissão religiosa do intelecto e da vontade, embora alguns deles fossem e ainda sejam objeto de controvérsia quanto à sua continuidade com o Ensino Magisterial anterior, ou sua compatibilidade com a Tradição. Diante de tais dificuldades para compreender a continuidade de certos Ensinamentos Conciliares com a Tradição, a atitude católica, tendo em conta a unidade do Magistério, é buscar uma interpretação unitiva em que os textos do Concílio Vaticano II e os documentos Magisteriais precedentes iluminem uns aos outros. Não apenas o Concílio Vaticano II deveria ser interpretado à luz dos documentos Magisteriais precedentes, mas também alguns desses documentos Magisteriais anteriores podem ser melhor compreendidos à luz do Concílio Vaticano II. Isso não é novidade na história da Igreja. Deve ser lembrado, por exemplo, que o significado de conceitos importantes adotados no Primeiro Concílio de Nicéia na formulação da fé trinitária e cristológica (hypóstasis, ousía), foram grandemente esclarecidos por Concílios posteriores.

A interpretação das inovações ensinadas pelo Concílio Vaticano II deve, portanto, rejeitar, como colocou Bento XVI, “uma hermenêutica da descontinuidade e da ruptura”, ao mesmo tempo em que deve afirmar a “hermenêutica da reforma, da renovação na continuidade” (Discurso, 22 de dezembro de 2005). São inovações no sentido de explicarem novos aspectos que não foram previamente formulados pelo Magistério, mas que não contradizem doutrinariamente os documentos magisteriais anteriores. Trata-se ainda que, em certos casos – por exemplo, no que diz respeito à liberdade religiosa – essas inovações impliquem consequências muito diferentes no nível das decisões históricas relativas às aplicações jurídicas e políticas do ensino, especialmente dadas as mudanças nas condições históricas e sociais.

Da mesma forma, o Papa Bento XVI elaborou (brilhantemente como sempre) os mesmos princípios da Igreja Católica em seu famoso discurso (22.12.2005) sobre “hermenêutica da reforma, da renovação na continuidade”:

Qual foi o resultado do Concílio? Foi recebido de modo correto? O que, na recepção do Concílio, foi bom, o que foi insuficiente ou errado? O que ainda deve ser feito? Ninguém pode negar que, em vastas partes da Igreja, a recepção do Concílio teve lugar de modo bastante difícil, …

Surge a pergunta: por que a recepção do Concílio, em grandes partes da Igreja, até agora teve lugar de modo tão difícil? 

Pois bem, tudo depende da justa interpretação do Concílio ou como diríamos hoje da sua correta hermenêutica, da justa chave de leitura e de aplicação. Os problemas da recepção derivaram do facto de que duas hermenêuticas contrárias se embateram e disputaram entre si. Uma causou confusão, a outra, silenciosamente mas de modo cada vez mais visível, produziu e produz frutos.

Por um lado, existe uma interpretação que gostaria de definir “hermenêutica da descontinuidade e da ruptura”; não raro, ela pôde valer-se da simpatia dos mass media e também de uma parte da teologia moderna. Por outro lado, há a “hermenêutica da reforma”, da renovação na continuidade do único sujeito-Igreja, que o Senhor nos concedeu; é um sujeito que cresce no tempo e se desenvolve, permanecendo porém sempre o mesmo, único sujeito do Povo de Deus a caminho.

A hermenêutica da descontinuidade corre o risco de terminar numa ruptura entre a Igreja pré-conciliar e a Igreja pós-conciliar. Ela afirma que os textos do Concílio como tais ainda não seriam a verdadeira expressão do espírito do Concílio.

Seriam o resultado de compromissos em que, para alcançar a unanimidade, foi necessário arrastar atrás de si e confirmar muitas coisas antigas, já inúteis. Contudo, não é nestes compromissos que se revelaria o verdadeiro espírito do Concílio mas, ao contrário, nos impulsos rumo ao novo, subjacentes aos textos…

Assim, porém, confunde-se na origem a natureza de um Concílio como tal. …

À hermenêutica da descontinuidade opõe-se a hermenêutica da reforma, como antes as apresentou o Papa João XXIII no seu discurso de abertura do Concílio em 11 de Outubro de 1962 e, posteriormente o Papa Paulo VI no Discurso do Papa Paulo VI na Última Sessão Pública do Concílio Vaticano II em a 7 de Dezembro de 1965.

Desejo citar aqui somente as palavras tão conhecidas de João XXIII, nas quais esta hermenêutica é expressa inequivocavelmente quando diz que o Concílio “quer transmitir a doutrina pura e íntegra sem atenuações nem desvios” e continua: “O nosso dever não é somente guardar este tesouro precioso, como se nos preocupássemos unicamente pela antiguidade, mas dedicar-nos com diligente vontade e sem temor a esta obra, que a nossa época exige… É necessário que esta doutrina certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja aprofundada e apresentada de modo que corresponda às exigências do nosso tempo. De facto, uma coisa é o depósito da fé, isto é, as verdades contidas na nossa veneranda doutrina, e outra coisa é o modo com o qual elas são enunciadas, conservando nelas, porém, o mesmo sentido e o mesmo resultado” (S. Oec. Conc. Vat. II Constitutiones Decreta Declarationes, 1974, pp. 863-865). …

O Concílio Vaticano II, com a nova definição da relação entre a fé da Igreja e determinados elementos essenciais do pensamento moderno, reviu ou melhor corrigiu algumas decisões históricas, mas nesta aparente descontinuidade, manteve e aprofundou a sua íntima natureza e a sua verdadeira identidade.

A Igreja, quer antes quer depois do Concílio, é a mesma Igreja una, santa, católica e apostólica peregrina nos tempos; ela prossegue “a sua peregrinação entre as perseguições do mundo e as consolações de Deus”, anunciando a morte do Senhor até que Ele venha (cf.Lumen gentium8). …

Podemos hoje, com gratidão, dirigir o nosso olhar ao Concílio Vaticano II: se o lemos e recebemos guiados por uma justa hermenêutica, ele pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a sempre necessária renovação da Igreja.

Para que não restem dúvidas de que o Dr. Marshall é um crítico muito severo do Vaticano II e não acha que foi uma coisa boa ou um ganho líquido para a Igreja, aqui estão mais comentários dele do seu vídeo, “Pope Benedict XVI Speaks: I am no longer directly responsible”[14] (12.04.2019). É um debate do recente ensaio do Papa Bento XVI, “A Crise da Igreja e dos Abusos Sexuais do Clero“:

[De 5:16 a 5:32]: Você vê esse tipo de coisa, tipo “sim, tudo deu errado nos anos 60, mas o Vaticano II ainda foi muito bom, pessoal, certo? O Vaticano II ainda foi bom!” Ele ainda mantem isso.

[De 27:26 a 28:26]: Ele está indo para os anos 60, e ficamos pensando, “bem, sabe, Ratzinger, você esteve meio envolvido nesta grande reunião nos anos 60, que revolucionou a Igreja Católica liturgicamente, filosoficamente, moralmente e teologicamente ”. . . teologia moral foi baseada inteiramente na Bíblia [no Vaticano II]? Isso não foi o Vaticano II! [grande sorriso e tom condescendente]. Foi tudo consequencialismo[15]!

III. Ataques à Missa de Paulo VI/ Nova/ ”Novus Ordo”/ na Forma Ordinária

A maioria concorda que. . . a Missa Novus Ordo. . trouxe confusão monumental para a Igreja Católica.

A Missa nova inclinou-se para o protestantismo. Esta não foi uma acusação infundada. Seis acadêmicos protestantes foram convidados ao Vaticano II para participar de discussões sobre ecumenismo e liturgia. . .

Bugnini foi o principal arquiteto da Missa Novus Ordo, publicada em 1969 e 1970, e cobriremos completamente sua influência sobre Pio XII e Paulo VI nas próximas páginas. Basta aqui afirmar que Bugnini era um padre infiltrado e um maçom.

Novamente em sua conta no Twitter em 31 de janeiro de 2019, o Dr. Marshall pontificou:

Precisamos retornar ao Rito Romano pré-Bugnini (pré-1955). O atual rito está literalmente nos matando. Precisamos retornar a um tomismo. Precisamos retornar ao claro Código de 1917.



[1] Infiltração: O complô para destruir a Igreja de Dentro

[2] A Grande Fachada

[3] – “Nada de novo”: Ataques reacionários ao Papa São João Paulo II 09.04.2005 ; com uma nota de rodapé relacionada que foi adicionada em 02.03.2018]

– Peter Kwasniewski, Pe. Thomas Kocik e um Coro Crescente Discordam do Papa Bento XVI com relação à Forma Ordinária da Missa do Rito Romano (Ou, os Relatórios da Morte da Reforma da Reforma são Imensamente Exagerados) [+ Parte Dois] [24.02.2014]

– Quem está defendendo o Summorum Pontificum do Papa Bento XVI agora? [26.02.2014]

– Michael Voris sobre a renúncia “imoral” do Papa Bento XVI, Doença Questionável [15.12.2015]

– Afinidades Radicais Reacionárias dos Signatários da “Correção Filial” [28.09.2017]

– Influência Reacionária: Correctio & Crítica ao Papa de 2016 [03.10.2017; expandido em 24.01.2018]

– “O Pastor de Perdido” de Phil Lawler: Minha Avaliação de Uma Estrela na Amazon [26.02.2018]

– Reacionários Iniciam Ataques Selvagens contra o Papa Bento [17.03.2018]

– Opiniões Reacionárias Negativas sobre os Papas desde 1958 [18.03.2018]

– Debate sobre as Opiniões Críticas de Ross Douthat sobre o Vaticano II [26.03.2018]

– A Infâmia de “O Papa Ditador” de Henry Sire: Reacionário Extremista [27.03.2018]

– Superstição Sobre o Altar “Preservado” em Notre Dame (E a Aceitação Cinicamente Contínua, Altamente Seletiva do Ensino do Papa Bento XVI) [17.04.2019]

– Signatários Reacionários da Carta “Herética” da Páscoa  (13 dos 19) [06.05.2019]

– Resumo dos Erros Eclesiológicos da “Carta da Páscoa” dos Reacionários (Ou seja, não especificamente relacionados ao Papa Francisco: especialmente o Vaticano II como o Grande Lobo Mau) [09.05.2019]

[4] Tradicionalistas Hiperbólicos

[5] Currículo Literário

[6] O Rabi Crucificado

[7] O Catolicismo Iguala Allah e Yahweh?

[8] Lembrando Assis depois de 20 anos

[9] N.T.: Na tradução do original em latim para a língua portuguesa, na Constituição Dogmática Lumen gentium, 8, a expressão subsistit in Ecclesia catholica foi traduzida para língua portuguesa como “está na Igreja Católica”, enquanto que a tradução para língua inglesa foi traduzida como “subsists in the Catholic Church (subsiste na Igreja Católica)”.

[10] N.T.: Na tradução do original em latim para a língua portuguesa, no Decreto Orientalium ecclesiarum, 2, a frase Sancta et catholica Ecclesia, quae est corpus Christi mysticum, foi traduzida, para língua portuguesa, como “A santa Igreja católica, Corpo místico de Cristo”, ou seja, o “que é” ficou subtendido posteriormente no aposto explicativo, enquanto que a tradução para a língua inglesa ficou mais fiel ao latim, “The Holy Catholic Church, which is the Mystical Body of Christ” (A santa Igreja católica, que é Corpo místico de Cristo,).

[11] O católico que acredita no Magistério, mas acha que as mulheres devem ser ordenadas.

[12] Aquele católico, tipicamente mal catequizado que escolherá o que acreditar em relação à fé ao ponto de negar ou mutilar as verdades reveladas para justificar um estilo de vida pecaminoso.

[13] “A Adesão ao Concílio Vaticano II”

[14] Papa Bento XVI Declara : Eu não sou mais diretamente responsável.

[15] Consequencialismo: A ética normativa é dividida em duas categorias: a ética teleológica e a deontológica. Teleológica, determina o que é correto de acordo com objetivo a ser alcançado. Suas subdivisões são: a ética consequencialista, é aquela que analisam quais as consequências geradas por uma ação, caracterizadas pelo egoísmo ético e o utilitarismo. Ambas defendem que os seres humanos devem agir de forma que produzam boas consequências, entram em atrito no que diz respeito aos interesses. O egoísmo ético defende que o ser humano deve agir para benefícios próprios, ao passo que o utilitarismo defende a ação de interesse mutuo. A ética de virtudes, tendo ênfase no caráter moral do individuo. Aristóteles desenvolveu uma teoria de virtudes que alude ao que nos queremos em nossa vida, colocando um ponto de interrogação em nossas ações. Sua justificativa para nossas ações é à busca da felicidade (eudaimonia). Mais detalhes acessar Ética Cristã. –

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/religiao/etica-crista.htm 

Dave Armstrong. Original em Inglês: Patheos – https://www.patheos.com/blogs/davearmstrong/2019/05/reactionary-infiltration-of-taylor-marshalls-book-infiltration.html

 

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