Sexta-feira, Novembro 8, 2024

Pesquisa ciêntifica sobre o Milagre Eucarístico de Lanciano

HOSPITAL GERAL PROVINCIAL DE “S. MARIA SOBRE AS PONTES “- AREZZO

LABORATÓRIO DE ANÁLISE CLÍNICA E DE ANATOMIA PATOLÓGICA
A ANÁLISE LABORATORIAL -CLÍNICA E PATOLOGIA

RESPONSÁVEL: PROF. ODOARDO LINOLI

 

PESQUISAS HISTOLÓGICAS, IMUNOLÓGICAS E BIOQUÍMICAS SOBRE A CARNE E SOBRE O SANGUE DO MILAGRE EUCARÍSTICO DE LANCIANO ( SÉCULO VII).

 

A antiga tradição cristã nos transmitiu que, no início do século VII, um frade da Ordem Basíliana, enquanto celebrava a Missa na Igreja dos Santos Legonziano e Damiano, nas vizinhanças de Lanciano (Chieti), duvidoso da verdade inerente no rito sagrado, constatou com grande estupor, junto ao povo presente, a transformação da óstia em carne e do vinho em sangue.

De tal acontecimento, nunca mais saiu da memória através dos séculos e dos eventos históricos (Solaro , 1960 [13]).

A Carne e o Sangue Miraculosos, sempre mantidos em Lanciano, foram submetidos a reconhecimento em 1574, em 1770 e em 1886.

O atual reconhecimento foi efetuado na Basílica de São Francisco em Lanciano, em 18 de novembro de 1970 [1].

A carne do Milagre Eucarístico de Lanciano é conservada em um ostensório de prata do século XVIII, finamente gravado, mantido entre duas folhas de vidro, tem uma forma arredondada com diâmetros de 55 e 60 mm, de cor amarela-castanha-marrom, com alguns sombreamentos de maior intensidade.

A lâmina de tecido aparece fina e amplamente lacerada na área central, por causa da retração do tecido para as bordas, onde ele aparece elevado em dobras circulares.

A superfície é lisa, nunca elevada de forma irregular, rachada, ou cortada.

Nota-se, difusamente, uma disseminação de pequenas formações brancas, às vezes , minúsculas, às vezes, como grão de milho, frequentemente convergentes, de consistência mole , destacáveis, não fazendo parte da textura do tecido, mal dissolvidas na solução fisiológica.[2].

Enfim, na área marginal da lâmina circular do tecido são notados pequenos furos, um sinal claro, no passado, de uma passagem de uma agulha.

A consistência do tecido é uniformemente endurecida, necessitando-se de uma forte pressão com a lâmina para remover dois fragmentos minúsculos para uma investigação posterior.

O Sangue do Milagre Eucarístico está contido dentro de um antigo cálice de vidro, fechado, , com uma tampa, igualmente, de vidro, e apresenta-se na forma de 5 fragmentos, pesando um total de 15,85 g, de coloração amarelo-marrom, com alguns pontos esbranquiçados.

A forma dos fragmentos é de todo irregular, a superfície é áspera, variadamente elevada, a textura é uniformemente dura, que só com uma forte pressão do (material)***cortante se consegue separar, com dificuldade, alguma pequena parte.

No fundo do cálice está presente quantidade modesta de pó de cor, igualmente, marrom escuro.
O presente estudo, que se desenrolou entre 18 de Novembro de 1970 e 04 de março de 1971, dirigiu-se:

a) para verificar a estrutura histológica do tecido de dureza lignea , transmitido (de geração em geração) como carne;

b) para definir se a substância endurecida lapídeo-Cretáceo transmitida (de geração em geração) como sangue responde às características deste;

c) para determinar a qual espécie biológica pertencem a carne e o sangue;

d) para especificar nos dois tecidos o grupo sanguíneo;
e) para investigar sobre os componentes proteicos e minerais do sangue.

 

MÉTODOS DE PESQUISA

1) Para o estudo histológico da antiga Carne de Lanciano, foi empregado o método de Lenzi (1932 [8]) que se adequa aos tecidos mumificados. Sobre as secções microtômicas, obtidas com dificuldades pela extrema dureza do tecido, foram realizadas as colorações emallurne-eosina, Mallory, Van Gieson, o método de lgnesti para o tecido muscular e Impregnação prateada,de Gomori.

2) Para identificação do sangue foi tentada uma investigação histológica sobre o pequeno fragmento, de acordo com a técnica para a Carne. Além disso, foram realizadas: as reações microquímicas de Teichmann modificadas de Bertrand pelo cloridrato de hematina, o teste Takayama pelo hemocrogênio, o teste de Burton e Stone da a ortotolidina para as oxidases e a pesquisa da hemoglobina em cromatografia sobre papel , segundo a técnica de Franchini (1966 [4]), para este estudo modificada com o emprego da camada fina.

3) para definir a qual tipo pertencem o antigo Sangue e a antiga Carne de Lanciano, minúsculos fragmentos foram macerados em água destilada, com micro-Potter. Com o líquido da eluição foi realizado o teste de precipitação zonal de Uhlenhuth (1901 [14]), sendo encontrado dificuldade para uma reação de imunodifusão bilateral, segundo Outhcherlony (1958 [10]), por causa do escasso líquido disponível para precisar, preliminarmente, a quantidade ótima do antigéno e do anti-soro como requer na reacção (Piazzi, 1969 [11]).

4)Condensando 5 vezes o líquido de eluição do antigo Sangue contra Carbowax no microdifusor de Colover, obteve-se um gráfico eletroforético sobre o acetato de celulose colorido com Ponceau S e lido com o fotômetro Cromoscan.

5) as pesquisas dos minerais no líquido de eluição do antigo Sangue foram feitas no Fotômetro de Absorção Atómica Unicam SP 90 para o cálcio e o magnésio, no fotómetro a chama EEL para o sódio e o potássio, com o método de Shales e Shales 1941) para os cloretos, com o método colorimétrico de Goldman e Fernandez (1968) para o fósforo.

 

PROTOCOLOS DAS DESCOBERTAS

Estudo Histológico da antiga Carne de Lanciano

A borda estrutural do tecido parece notavelmente alterada pela incolorabilidade dos núcleos e por um certo grau de homogeneização global.

Destaca-se, porém, nos diversos campos de observação e nos diferentes níveis microtômicos , a natureza mesodermal do tecido, que se compõe de fibras retas no sentido longitudinal (Fig. 1 e 2), mas, também, oblíquas e abertamente transversal, sendo tais varias orientações um dado presente em cada campo de observação (Fig. 3).

 

Fig. 1 – Emat.-Eos. X 200. Visão histológica global da antiga Carne que aparece constituída por fibras agrupadas em feixes por vários cursos (notar a secção segundo planos diversos ).

 

Fig. 2 – Emat.-Eos. x 200. As várias direções das fibras , revelam certos aspectos das fibras musculares. Neste e em todas os fotogramas seguintes os núcleos não são coloríveis).

fig3

Fig. 3 – Método de Igneşti x 200. Muito evidente a composição com as fibras musculares dotadas de diversas direções.

As fibras têm comprimentos diferentes , sempre modesta, como é evidente nas bases dissociadas (Fig. 4), espessura quase uniforme, e aparecem sempre reunidas em feixes de várias extensões.

fig4

Fig. 4 do método Igneşti x 200. As fibras musculares isoladas revelam, junto com as suas dimensões, uma clara estria longitudinal.

Em particular, com ampliações superiores as fibras revelam a estrutura fibrilar longitudinal (Figs. 5 e 6), todos os dados que levam ao reconhecimento de um tecido de muscular estriado.

fig5

 

Fig. 5 – Mac.-Os. X 400. Uma pequena parte do tecido isolado e dissociado da secção microtômica. As fibras evidenciam claramente as fibrílas em curso longitudinal.

fig6

 

Fig. 6 – Emat.-Eos. X 200. Ainda para demonstrar a composição em feixes das fibras e a estria longitudinal.

Além disso, o tecido aparece caracterizado por uniões sinciciais que as fibras realizam através de bifurcações e ligações mútuas pelas extremidades (Fig. 7), descoberta que aparece em cada região, como se pode deduzir a partir do estudo cuidadoso da visão de amplo raio (Fig. 8 ) e que conduz ao diagnóstico de tecido do miocárdio.

fig7

Na Fig. 7 – Método de Igneşti x 400. Confirmam-se os aspectos de tecido muscular estriado, cujas suas fibras, em muitos locais, inserem-se ,reciprocamente, pelas extremidades, demonstrando um aspecto sincicial.

 

fig8

 

Fig. 8 – Método de Igneşti x 200. Não obstante os artifícios, pela antiga idade do tecido, é evidente a composição com fibras musculares isoladas ou em feixes. Em muitos locais, as fibras ligam-se com aquelas contíguas pelas extremidades . O tipo sincicial do tecido aparece claramente reconhecível .

 

A agregação sincicial das fibras é um aspecto constante, universal, do tecido , às vezes com pontes de uniões transversais (Fig. 9), fato que transparece também onde as fibras se avolumam mais, apresentando um conjunto compacto, de elementos como que se compenetram, o que deixa entrever um sincício (Fig. 10).

fig9

 

Fig. 9 – Emat.-Eos. X 350. O tecido muscular estriado demonstra, com particular clareza, a confluência sincicial das fibras. Além disso, no canto inferior direito, reconhecem-se duas ligações transversais entre as fibras. Os dados são ,particularmente, demonstrativos para o tecido miocárdico.

fig10

 

Fig. 10 Emat.-Eos x 400, Estrutura em fibra compacta, adensada, fato que estimula a imagem de um sincício.

 

Enfim, um lóbulo de tecido adiposo presente no interstício da musculatura estriada em estudo (Fig. 11), e atravessado da fibra que nele se espalhou, dispersando-se e exaurindo-se entre os lipócitos.

fig11

 

Fig. 11. Emat.-Eos. x 200. Num lóbulo de tecido adiposo no interstício da musculatura estriada; As fibras se dissociam e se dispersam entre os lipócitos, descoberta de pertinência miocárdica.

E também, de precisar que, em nenhuma secção histológica apareceu indicativos de uma impregnação do tecido por parte de substâncias mumificantes, que foram usados nos tempos antigos para a preservação dos tecidos.

Conclusão (I.):

O quadro estrutural surgido a partir do estudo da antiga Carne de Lanciano, sugere para um tecido músculo estriado que, por evidente, as onipresentes uniões sinciciais entre as fibras, revela-se como tecido miocárdico dotado de vasos arteriosos e venosos normais e de dois finos ramos do nervo vago.

Para tal definição, concorrem convergem as diversas orientações que as fibras assumem, também, num mesmo campo de observação (em prevalência longitudinal, mas também oblíqua ou transversal), a constante união sincicial das fibras, extremidade contra extremidade, a presença de alguma conexão no sentido transversal e a dispersão das fibras na estrutura muscular de um lóbulo de adiposo do interstício, fatos que contrariam a hipótese de um músculo esquelético.

II. Exame microscópico do antigo Sangue de Lanciano

Um minúsculo fragmento do sangue foi incluído em parafina ,de acordo com a técnica de Lenzi (1932 [8]). Em secções ao micrótomo, à coloração com emallurne-eosina, não aparecem elementos celulares, mas um material finamente granular, com um colorido amarelo-marrom-esverdeado, ligados com raros corpos estranhos de provável natureza vegetal.

III. Estudo microquímico do antigo Sangue.

A reação de Teichmann modificada por Bertrand pela hematina cloridada e aquela de Takayama para o hemocromogênio, foi realizada sobre o antigo Sangue de Lanciano, com resultado negativo, em paralelo com as amostras de sangue humano normal ressecado, que forneceram resultados positivos.

A pesquisa de oxidase (teste de Stone e Burke) forneceu um resultado intensamente positivo na amostra do exame de sangue humano normal ressecado.

IV. Pesquisa cromatográfica em camadas finas da hemoglobina , no antigo sangue.

Padrões de hemoglobina e de hematina alcalina preparados segundo a técnica de Dacie (1957 [2]) foram feitos para correr em placa de sílica-gel em união com o liquido de eluição do Sangue de Lanciano, também ele transformado em hematina alcalina segundo a técnica aludida, sendo comprovado tal forma química a mais apropriada para os fins cromatográficos.

O líquido para a corrida foi o metanol-ácido acético-água , na proporção de 90: 3: 7.
Depois de 90 minutos, foi revelado o alinhamento da amostra (antigo Sangue de Lanciano) com os padrões (Figura 12), sendo dotados do mesmo RF (0,88).

fig12

 

Figura 12 – Cromatografia em camada fina do Sangue (C) junto aos padrões de oxi-hemoglobina (O2) e de hematina (NaOH), o exame é conduzido em tríplice cópia. O sangue tem o mesmo RF dos padrões e isso permite afirmar que se trata verdadeiramente de sangue.

A prova demonstra plena repetibilidade completo porque efetuada em tríplice cópia e com diversas localizações dos componentes na linha de partida.

Conclusões (II, III e IV)

A negatividade do teste de Teichmann-Bertrand e do teste de Takayama não exclui a presença de sangue, podendo tais testes tornar-se negativo pela a desnaturação da amostra.

A positividade da pesquisa da oxidase, genericamente indicativa para o sangue, também pode ter-se na presença de orgânicos ricos de fermnto, de extratos vegetais, de metais finamente subdivididos.

A prova cromatográfica sobre papel (Franchini de 1966 [4]), ou como aqui empregada mais delicadamente, em camada fina , tem pleno valor para o reconhecimento do sangue também em materiais gravemente danificados, que não fornecem mais as reações da hemoglobina.

O presente estudo confirma, em tal modo, a verdadeira natureza hemática do antigo Sangue de Lanciano.

V. Definição imunológica da espécie que o antigo Sangue e a antiga Carne de Lanciano pertencem.

O líquido de eluição da Carne e do Sangue de Lanciano foi experimentado na reação de precipitação zonal de Uhlenhuth, de todo válida aos fins e também aceita na moderna metodologia de laboratorio (GRADWOHLS,1963 [5]).

Foi empregado um soro anti-proteina humana de Behring-Werke.

A reação foi conduzida em paralelo com os devidos controles (Fig. 13).

A reação de precipitação zonal resultou claramente positiva dentro de 5 minutos no tubo de ensaio n. 1 (Sangue), n. 2 (Carne) e n. 3 (soro humano); enquanto é negativa no tubos de ensaio n. 4 (liquido de eluição do sangue + soro de coelho), n. 5(Eluição líquido do soro de coelho Carne +) , n. 6 (soro bovino + soro | – soro de anti-proteina humana) , n. 7 (solução fisiológica + soro de anti-proteina humana).

fig13

 

Fig. 13 – Reação de precipitação zonal de Uhlenhuth. Na esquerda, o tubo n ° 1 (Sangue) e o nº . 2 (Carne) evidenciam destacada precipitação zonal. O outros tubos de controle completam a investigação (ver explicação no texto).

 

Conclusão(V)

O teste de precipitação zonal segundo Uhlenhuth, pelas especificidades e pelas garantias fornecidas pelos controles, permitem afirmar a pertença à espécie humana do Sangue e da Carne do Milagre Eucarístico de Lanciano.

VI. Determinação do grupo sanguíneo no antigo Sangue e na antiga Carne de Lanciano.

A reação de absorção-eluição segundo Syracuse (1923 [12]), padronizado por Flores e colaboradores, (1963 [3]), foi empregada para a determinação do grupo sanguíneo (ABO) no líquido de eluição do antigo Sangue antigo e da antiga Carne de Lanciano.

O método é amplamente aceito como plenamente válido para a determinação do hemogrupo naqueles casos em que não permitem o emprego de testes clássicos, tais como tecidos, liquídos do organismo, manchas de sangue ressecadas, etc.

fig14

 

A Fig 14 – Teste de Absorção-eluição, x 80. No alto – as hemoglutinações para o Sangue de Lanciano: à esquerda com soro anti-A; à direita, com com soro anti-B. Embaixo – as hemoglutinações para a Carne de Lanciano: à esquerda com soro anti-A; à direita com soro anti-B. Soro.Os testes permitem afirmar que a Carne e o de Sangue Lanciano pertencem ao mesmo hemo grupo AB.

 

O teste revelou que o antigo Sangue e a antiga Carne de Lanciano são dotados dos aglutinogênios A E B ; portanto, pertencem ao mesmo hemogrupo AB (Fig. 14).

VII. A Análise eletroforética das Proteínas do Antigo Sangue de Lanciano.

Depois da diálise em microcelula de Colover contra Carbowax, o liquido de eluição do antigo Sangue, que ficou concentrado 5 vezes, forneceu um gráfico eletroforético sobre o acetato de celulose (tampão de veronal pH 8,6; corrente de 0,5 arnpere por 30 Minutos, coloração com Ponceau S ; leitura com o fotometro Cromoscan) . (Fig. 15)

Fica evidente que a composição percentual das proteínas no liquido em exame repete os valores que se observa na clínica-química para o soro de sangue humano normal (Henry de 1954 [7]).

A albumina está (resulta,fica)presente com 61,93 % (valor normal 52-68%), as globulinas Alfa-1 com 2,38% (valor normal de 2,4 a 5,3%), as globulinas Alfa-2 com 7,14% (valor normal 6,6-13,5%), as globulinas Beta com 7,14% (valor normal 8,5-14,5%), as globulinas Gama com 21,42% ( valor normal 10,7-21%).

fig15

Fig. 15 – Gráfico da eletroforético das proteínas do Sangue (Fotometro Cromoscan).

 

A sucessão de frações soro-proteicas é de todo regular e sobreponível àquela de um soro fresco.
A relação albumina-globulina resulta em 1,62 sendo os valores normais de 1,13-1,73.

VIII. Determinação dos minerais (cálcio, cloretos, fósforo, magnésio, potássio, sódio) no antigo Sangue de Lanciano

A Tabela I reúne os valores quantitativos dos minerais encontrados no antigo Sangue de Lanciano e nas amostras de sangue humano normais ressecados, estudados para comparação (cálcio, cloretos, fósforo, magnésio, potássio, sódio).

Os valores quantitativos dos minerais foram determinados pela relação com soro padrão Hyland, igualmente ressecados (depois, a reidratação), e redissolvidos.

Os valores quantitativos encontrados foram interpretados e avaliados por comparação com os valores dos minerais no sangue total (em: Tables Scientiphiques Geigy, 63. ed, p. 582-590, 1960.).

TABELA I

Valores quantitativos dos minerais (cálcio, cloretos, fósforo, magnésio, potássio, sódio) no antigo Sangue de Lanciano e em 10 amostras de sangue humano total normal ressecado.

tabela1

Da Tabela I se deduzem dois dados :

a) durante o processo de lento ressecamento das 10 amostras de sangue humano total ** (integral) normal, em frascos abertos, à temperatura de estufa a 50 ° C, a 37 ° C e, alternativamente, à temperatura ambiente, durante três meses, houveram perdas relevantes no teor de fósforo, cálcio, cloretos, potássio, e escassas em magnésio e sódio;

b) O Sangue do Milagre Eucarístico de Lanciano demonstrou reduções quantitativas de cloretos, de fósforo, de magnésio, de potássio e de sódio, mas em medida não muito diferente em relação às amostras de sangue humano normal ressecado. Ao contrário, o cálcio resultou notavelmente aumentado somente no sangue de Lanciano (114,29 mg%).

CONSIDERAÇÕES CONCLUSIVAS

Os resultados da pesquisa realizados sobre os fragmentos do antigo Sangue e da antiga Carne que a tradição conduziu a nós como o milagre eucarístico de Lanciano (século VII) resumem-se nos seguintes pontos:

– O Sangue do milagre eucarístico de Lanciano e revelou-se verdadeiramente como tal, com base na demonstração de hemoglobina (hematina alcalina) com cromatografia em camada fina.
– A carne revelou-se constituída de tecido muscular estriado, que pela ligação sincicial das fibras, demonstra-se pertencente ao miocárdio.
– A Carne e o Sangue pertencem à espécie humana, como descoberto **(verificado,encontrado) com base na reação de precipitação zonal de Uhlenhuth.
– O tipo sanguíneo, determinado com o método de absorção-eluição, revelou-se identico (AB) na Carne e no Sangue.
– No liquido de eluição do Sangue foram demonstradas as proteínas, fracionadas nas relações percentuais que se têm no quadro soro-proteíco do sangue fresco normal.
– No sangue foram encontrados reduzidos os cloretos, o fósforo, o potássio, o sódio, enquanto resultou notavelmente aumentado o cálcio.

Esta redução dos minerais pode ser, fundamentalmente, referida seja aos processos de envelhecimento e de empobrecimento das substâncias no tecido durante tantos séculos, seja o de “trocas” que, geralmente, os minerais efetuam com a parede de vidro do recipiente, de onde o uso moderno, para as soluções de maior valor, de recipientes **(vasos) de materiais inertes.

O aumento de cálcio (mg 114,29%) no antigo Sangue de Lanciano pode ser, em fundada hipótese, correlacionado com a queda no cálice de poeira da parede rica em sais de cálcio, bem como em fragmentos de vegetais (flores) encontrados no exame histológico do Sangue.

O diagnóstico histológico do miocárdio, fundado em indiscutíveis elementos objetivos [3], torna pouco aceitável a hipótese de um “falso” feito na antiguidade.

Na verdade, também supondo que tenha sido retirado o coração de um cadáver, deve-se considerar que apenas uma mão perita de dissecação anatômica teria podido , e não sem séria dificuldade, obter de uma víscera interna , uma “fatia” uniforme e contínua, tangencialmente à superfície da víscera, como se deduz do decurso, prevalentemente, longitudinal das fibras miocárdicas, tendo em conta (CHIARUG1, 1934 [1]) que apenas na zona superficial, manto do coração, são os feixes de fibras em curso longitudinal que rapidamente torna-se oblíquo.

Este estudo, no final, o que confirma a possibilidade de que os tecidos de longa data podem permanecer materiais orgânicos, tais como proteínas, por quase ultrapassar o destino fatal da carne.

As proteínas e antígenos do hemogrupo AB presentes na antiga Carne e no antigo Sangue de Lanciano após 1200 anos, concordam com o encontrado das proteínas em múmias egípcias datadas de 4000 anos (Hansemann de 1904 [6]), e de 5000 anos (MEYER, 1904 [ ‘9]), ainda que se é objetivo reconhecer que é muito diferente a situação de um corpo mumificado com com os procedimentos conhecidos e protegido ao máximo do contato com o ambiente externo, e aquele de uma tira do miocárdio e dos coágulos de sangue deixado em seu estado natural durante séculos e, no mais expostos à ação de agentes físicos atmosféricos, ambientais e parasitários.

****
Sumário

Linoli, O. — Pesquisas histológica, imunológicas e bioquímica na Carne e Sangue do Milagre Eucarístico de Lanciano (século VII).

 

Aqui são descritos os aspectos macroscópicos da Carne e do Sangue do Milagre Eucarístico que aconteceu em Lanciano por voltado Sétimo Século.

Pesquisa histológica foi levada a cabo a partir da qual verificou-se que a Carne é formada por um tecido mesodermal reconhecível como miocárdio.

Os vários tipos de pesquisa realizadas no Sangue, especialmente a cromatografia em camada fina, apontou que a substância era realmente sangue real.

A natureza humana dos antigos Sangue e Carne de Lanciano foi provada imunologicamente através da reação de precipitação zonal por Uhlenhuth.

O grupo sanguíneo pesquisado sobre os fluídos da eluição da antiga Carne e Sangue resultou o mesmo nos dois tecidos (grupo AB).

O gráfico electroforético de proteínas séricas da antiga Carne e Sangue apresentaram aspectos coincidentes aos fornecidos por um soro fresco.

Notáveis reduções podem ser apreciados no antigo Sangue concernente tanto no sódio como no potássio, cloretos, fósforo inorgânico total e magnésio, enquanto que o cálcio aumentou.

 

BIBLIOGRAFIA


 

1 – CI-IIARUGI G. _ Istituzioni di Anatomia dell’Uomo, vol. 2°, pagg; 305-310. Ed. Vai Zardi, Milano, 1934.

2 – DACIE A. — Manuale di tecnica ematologica. Piccin Ed., Padova, 1957.

3 – FIORI A., MARIGO M. and BENCIOLINI P. _ Modified absorptionelution method of Siracusa for ABO and MN gruping of blood strains. J. Forensic Sci., 8, 419-426, 1963.

4 – FRANCHINI A. _ Medicina legale in materia penale. CEDAM, Padova, 1966.

5 – GRADWOI-ILS A. _ Clinical Laboratory Methods and Diagnosis. Mosbzv Co., New-York, 1963.

6 – HANSEMANN _ Citato da GRADWOHLS A. [4].

7 – HENRY R. I. _ Clinical Chemistry. Hoeber Ed., 1954.

8 – LENZI A. _ Il riconoscimento istologico dei tessuti mummificati. Boll. Acc.

9 Pugliese di Sc., 7, 5-6, 1932.9 – MEYER J. – Ueber die biologische Untersuchung von Mumien Material ver mittelst der Praecipitinreaktion. Munch. Med. Wschr., 51, 663-664, 1904.

10 – OUTHCHERLONY A. – Handbook of Immunodiffusion and Immunoelectrophol resis. Ann Arbor Science Publ., 1968.

11 – PIAZZI S. E. – A simple method for preliminary immunodiifusion test of antigen-antibody systems having unknown ratio of reaction. Analytical Biochemistry, 281-284, 1909.

12 – SIRACUSA V. – La sostanza isoagglutinabile del sangue e la sua dimostrazíone per la diagnosi individuale delle macchie. Arch. Antropol. Crimin. Psichiaí. Med. Leg., 43, 362-365, 1923.

13 – SOLARO S. – La conversione miracolosa in carne della grande Ostia. Il Regue di Gesú Cristo, 4, 1-45, 1960.

14 – UHLENHUTH — Weitere Mitteilungen über die praktische Anwendung meiner | forensischen Methode zum Nachweis von Menschen und Thierblut. Dtsch. Med. Wschr., 27, 499-501, 1901.

 
NOTAS


[1] Ringrazio le Autorità Ecclesiastiche di Lanciano per I’in.carico conferitomi. Ía Lavoro giunto in Redazíone il 29 Luglio 1971. QUAD. Sclavo DIAGN., 7, n.° 3, 1971.

[2] Lo studio microscopico estemporaneo ha fatto riconoscere colonie di ifomiceti, da evidente inquinamento.

[3] La diagnosi è pienarnente sostenuta dal Prof. Ruggero Bertelli, Emerito di Anatomia Umana Normale ‘ne11’Università di Siena, che ringrazio sentitamente.

 

PARA CITAR


LINOLI, Odoardo. Pesquisa Ciêntifica Sobre o Milagre Eucarístico de Lanciano. Disponível Em: <http://apologistascatolicos.com.br/index.php/doutrina-teologia/sacramentos/884-pesquisa-cientifica-sobre-o-milagre-de-lanciano> Desde: 13/10/2016. Tradutor: Vanderley Duran.

 

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