Sexta-feira, Novembro 15, 2024

Historiadora francesa responde programa cético sobre datas dos Evangelhos

A historicidade dos Evangelhos, assim como sua datação, sofre constantes ataques por parte de alguns ditos céticos. Não é rara a desinformação a esse respeito, especialmente quando se quer negar a qualquer custo a existência dos milagres e profecias lá descritos. O Reinformation.tv divulgou um artigo da historiadora Marie-Christine Ceruti-Cendrier, cuja tradução apresentamos abaixo, com algumas provas de que os Evangelhos são textos históricos e que foram escritos antes de 70 d. C.:

Os Evangelhos foram escritos antes de 70 d. C.

É importante levar em consideração o seguinte fato: em 70 d. C, no máximo quarenta anos após a morte e ressurreição de Jesus, quando as testemunhas oculares ainda estavam vivas, os romanos destruíram Jerusalém e seu Templo, mataram a maioria de seus habitantes e deportaram os sobreviventes em todo o Império Romano, como Jesus previra. Portanto, os inimigos dos Evangelhos precisam necessariamente dizer que eles foram escritos após este evento, quando não havia mais testemunhas e quando lendas pudessem ter se formado silenciosamente, pois, sendo assim, não haveria uma profecia de Jesus.

A propósito, é curioso que o “forjador” dos Evangelhos que inventou a profecia, ou seus discípulos, não tenha se aproveitado da mentira e dito que ela tinha se cumprido…

Entretanto, caso os Evangelhos tivessem sido escritos após esta catástrofe, eles estariam alheios à Terra Santa e à língua semítica, uma vez que os judeus foram dispersos, humilhados ou mortos.

Recentemente três grandes hebraístas combateram, cada um por conta própria, a tese da escrita tardia dos Evangelhos, afirmando que eles foram escritos em hebraico ou aramaico, duas línguas muito próximas, faladas pelos judeus contemporâneos de Jesus. Eles são o padre Jean Carmignac, um proeminente especialista em hebraico, especializado em decifrar os documentos hebraicos descobertos em Qumran, Claude Tresmontant, também hebraísta, que lecionou na Sorbone, e Francis Marion, especialista em línguas semíticas e antigas. Ele foi decifrador de mensagens secretas durante a guerra dos anos 40.

Até mesmo o Apóstolo São João escreveu antes do ano 70. Primeiro porque seu Evangelho, segundo diz Tresmontant, está repleto de hebraísmos, mas também – e isso foi dito por um pastor anglicano extremamente modernista (modernismo é um movimento, criticado por São Pio X, persistente até os dias de hoje que nega todas as verdades da fé) – porque no seu Evangelho, como nos outros, não encontramos nenhuma das afirmações usadas para converter pagãos (“há um só Deus”, etc.), mas somente para a conversão de judeus (“Jesus é o Messias esperado e o Filho de Deus”). Entretanto, a pregação aos gentios não começou senão após algum tempo após a Ascenção.

Toda essa pesquisa, e muitas outras, indicam que os Evangelhos foram escritos em uma época em que muitas testemunhas ainda vivas não perderiam a oportunidade de acusá-los caso houvesse fraude.

E tem mais. Peter Williams, professor da Universidade de Cambridge, tem divulgado a pesquisa de Mme. Tal Ilan, professora de estudos judaicos da Universidade Livre de Berlim, também citada por Richard Bauckham, professor emérito da Universidade de St. Andrews, Escócia. Ilan fez uma pesquisa sobre os primeiros nomes mais comuns em Israel entre 330 a. C e 200 d. C, sendo a maioria do período do século I até o ano 135 d. C. Ela se baseou nos escritos encontrados especialmente em ossuários, assim como em Flávio Josefo, nos Manuscritos do Mar Morto, nos Evangelhos, nos Atos dos Apóstolos, nos testemunhos encontrados em Masada e fontes rabínicas tanaíticas.

Esses nomes não variaram muito durante todo o período, mas os judeus da diáspora, particularmente os do Egito, tinham nomes extremamente diferentes. Entretanto, as estatísticas dos nomes dos contemporâneos de Jesus na Terra Santa são extraordinariamente semelhantes às dos nomes citados nos Evangelhos. Como os Evangelhos, caso tivessem sido escritos longe de Israel, por pessoas que não conheciam Jesus nem seus contemporâneos, poderiam saber com tamanha perfeição os nomes usados naqueles lugares e tempos? Além disso, a porcentagem e classificação desses nomes entre os evangelhos e os do seu país no tempo de Jesus correspondem surpreendentemente. Nota-se também que personagens do Evangelhos que têm um qualificador acrescentado ao seu nome (Simão Zelote, Tiago, filho de Zebedeu, Maria Madalena, etc.) são precisamente aqueles que tinham um nome comum, para evitar confusão com outros, enquanto nomes incomuns, como Filipe, não tinham nenhum.     Quem, vivendo longe no tempo e espaço da terra onde Jesus viveu, teria tamanha precisão?

Já os Apócrifos, sendo textos escritos no segundo século ou depois citam (e como citam!) apenas um ou dois nomes próprios. Outra diferença dos Evangelhos, contemporâneos de Cristo e dos Apóstolos: o número de nomes de lugares geográficos, incluindo pequenas aldeias, também é importante e corresponde a lugares específicos. Os evangelhos apócrifos, pelo contrário, já que foram escritos após a destruição de Jerusalém, geralmente dão apenas o nome de Jerusalém, isso quando dão algum nome.

Vários outros argumentos que provam a historicidade dos Evangelhos poderiam ser mencionados. Alguns deles podem ser encontrados no vídeo Historicidade dos Evangelhos (em francês), ou na conferência que dei no CEP (também em francês), ou, é claro, em Les Evangiles sont des reportages, n’en déplaise à certains (ed. Téqui) [Os Evangelhos são Reportagens, a despeito de alguns). Há também os boletins informativos da Associação Jean Carmignac, cujo site oferece novos artigos a cada três meses corroborando a historicidade dos Evangelhos e do Antigo Testamento.

Marie-Christine Cendrie formou-se em Filosofia na Sorbone (1963-1967), foi professora de religião em diferentes estabelecimentos de Paris. Foi também professora de Latim, Francês, Filosofia e Instrução Religiosa no Institut Saint Dominique. É autora dos livros “Os Evangelhos são Reportagens” e “Os Verdadeiros Racionalistas são Cristãos”, ambos sem tradução ao português. Faz parte também da associação Jean Carmignac, cujos artigos provam a historicidade dos Evangelhos e do Antigo Testamento através da história, filologia, arqueologia, papirologia e outras ciências.

Fonte: https://reinformation.tv/historicite-evangiles-france-2-secrets-histoire-marie-christine-ceruti-cendrier-84367-2/

Para citar: http://logosapologetica.com/historiadora-francesa-responde-programa-cetico-sobre-datas-dos-evangelhos/#axzz5LcnGmkJT

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