INTRODUÇÃO
Embora, alguns protestantes digam que a Igreja Católica que inventou ou criou a doutrina da Intercessão dos Santos, e que tal doutrina não se encontra nas Escrituras, ao que parece um dos considerados maiores “teólogos” da “reforma” protestante não pensava da mesma forma, e pelo contrário apelava aos seus companheiros já mortos que acreditava estarem na presença de Deus, ou pelo menos temos aqui uma grande, das várias inconsistências doutrinárias de Calvino.
O APELO A PHILIPP MELANCHTHON
O principal apelo de Calvino a um amigo já morto, se encontra em sua “ClaraExplicaçãoda sã doutrina a respeito da participação da carne e do sangue de Cristo na Santa Ceia – Contra os erros de Tileman Heshusius”.
Que está presente tanto nos Tratados teológicos de João Calvino traduzidos por J. K. Reid quanto nos Tratados Relacionados a Reforma traduzidos por Henry Beveridge
Esse apelo feito a Philipp Melanchthon que era o braço direito de Lutero, algum tempo após sua morte. Embora Calvino não tivesse uma relação cordial com Lutero, em Melanchton, tinha um grande amigo. Calvino diz:
“Ó, Philip Melancthon, pois eu apelo a ti, que estais agora vivendo no seio de Deus, onde tu esperas por nós até que nós estejamos reunidos contigo no Santo Descanso. Uma centena de vezes tu dissesse, fadigado com o trabalho, e oprimido com a tristeza, tu deitastes em meu peito como um irmão, ‘Que eu possa morrer neste peito!’ Desde então eu tenho milhares de vezes desejado que isso fosse nosso destino para estarmos juntos”. (Clear Explanation of the Holy Supper, in Reid’s Theological Treatises of John Calvin, S.C.M., London, p. 258;)
O Autor protestante Francis Niel Lee, em seu artigo, “João Calvino – O verdadeiro presbiteriano”, confirma também que Calvino escreveu isto em sua Exposição sobre a Santa Ceia, justamente após a morte de Melancthon, confirmando assim que Calvino estava apelando a intercessão deste último, que segundo ele já estava junto a Deus:
“Sobre a morte de Philipp, Calvino comoventemente lamentou: ‘Ó Philipp Melanchthon!… Eu apelo a ti que vive na presença de Deus com Cristo, e espera por nós ai até que nós estejamos unidos com você no santo descanso… Eu desejei milhares de vezes que esse fosse nosso destino juntos!’60”
John T. McNeill, editor da edição de 1960 das Institutas de Calvino, menciona esse episódio também em seu artigo, “Calvino como um Clérigo Ecumênico,” História da Igreja, vol. 57, 1988.
A mesma coisa é encontrada nos Tratados Relacionados à Reforma, Volume 2, traduzido por Henry Beveridge, Edinburgh: Calvin Translation Society, 1849; “A verdadeira Comparticipação da Carne e do Sangue de Cristo”, pp 496-497.
CONCLUSÃO
A exposição deste episódio mudará alguma coisa para Católicos? Não! Mudará para protestantes? Provavelmente não, até por que alegarão que Calvino não era infalível. Então para que serve isto? Para mostrar que as alegações infantis que surgem a todo o momento, de que a Igreja Católica teria inventado tal doutrina e que seria antibiblica não procede com a realidade, e mesmo Calvino seguidor da “Sola Scriptura”, (parece que uma forma de “Sola Scriptura” diferente que via que um cristão pode sim pedir a intercessão e suplicar a outro Cristão que está no seio de Deus), não via nenhuma proibição ou “antibiblicidade” em fazê-lo.
PARA CITAR
ARMSTROG, Dave. Calvino pedindo a intercessão de outro reformador já morto. Disponível em: <http://apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/protestantismo/717-calvino-pedindo-a-intercessao-de-outro-reformador-ja-morto>. Desde: 20/08/2014. Traduzido por : Rafael Rodrigues